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Temer avalia cortar R$ 1 bi de investimentos para aumentar salários de juízes

Para agradar aos juízes e conceder o reajuste de 16,38%, o presidente Michel Temer cogita cortar mais R$ 1,1 bilhão de investimentos, deixando para o próximo governo o mais baixo patamar de recursos para essa rubrica dos últimos dez anos.

No início de agosto, o STF (Supremo Tribunal Federal) incluiu no Orçamento de 2019 um aumento salarial que elevaria o teto do Judiciário de R$ 33,7 mil para mais de R$ 39 mil.

O reajuste, porém, será válido apenas se Temer fizer uma emenda na lei orçamentária determinando de onde sairão recursos.

Estimativas de técnicos da Câmara dos Deputados indicam que o Orçamento do próximo ano, que será enviado ao Congresso nesta sexta-feira (31), deverá cortar investimentos para acomodar o pleito de juízes e procuradores.

Técnicos do Ministério do Planejamento, do Tesouro Nacional e assessores de Temer discutem os ajustes.

Os cálculos iniciais apontam que, com isso, o investimento deve ficar abaixo de R$ 30 bilhões. No ano passado, o investimento foi de R$ 47,3 bilhões, segundo o Tesouro.

O reajuste salarial foi uma decisão do Supremo, que negocia com o Executivo como enquadrá-lo à regra imposta pelo teto de gastos (que limita o crescimento das despesas públicas à inflação).

O Executivo terá de destinar mais recursos de seu próprio Orçamento para compensar o estouro do teto pelo Judiciário federal —que estava estimado em R$ 1,8 bilhão, sem o reajuste.

Somando com o descumprimento do teto pelos demais Poderes, o valor já chegaria a R$ 2,2 bilhões.

Mariana Carneiro e Julio Wiziack

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