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Apenas quatro economias minúsculas destinam 10% do PIB à educação

A receita para o gasto público brasileiro em educação, aprovada na última terça-feira, 3, pelo Congresso, supera os padrões das principais economias mundiais. Em nenhuma delas, as despesas do governo com educação se aproxima dos 10% do PIB, meta que o Brasil pretende cumprir até 2024, conforme o Plano Nacional de Educação, que segue agora para aprovação da presidente Dilma Rousseff.

 

De acordo com dados da OCDE, um grupo de países ricos, a Dinamarca atualmente ocupa o primeiro lugar em termos da porcentagem do PIB que destina à educação, investindo 8,7% na pasta. Apenas um punhado de outros países no norte da Europa, onde a qualidade da educação é muito superior a do Brasil, superam a marca de 7%.  O Brasil se prepara para ter algumas das salas de aula mais caras do planeta sem, entretanto, garantir melhorias na qualidade do ensino.

 

Segundo os dados da ONU, percentuais do PIB compostos por dois algarismos que são destinados à educação são encontrados apenas em quatro países pequenos; Lesoto (13%, o maior percentual), Cuba, Timor Leste e Santo Príncipe. Esses países têm economias minúsculas, e seus dados distorcem as estatísticas. Já Cuba, tem a particularidade do regime comunista.

 

No Brasil são aplicados atualmente 5,8% do PIB na educação, uma das maiores porcentagens do mundo. Contudo, isso não significa que o padrão de ensino brasileiro seja elevado. Pelo contrário, a educação no Brasil é de péssima qualidade. Embora o país tenha avançado nos últimos dez anos, de acordo com dados do PISA, que testa o grau de escolaridade de jovens de 15 anos, o país ainda está na retaguarda dos rankings educacionais. E seus problemas não resultam da falta de dinheiro.

 

Gastar mais não garante resultados melhores. Focar em obter resultados melhores e gastar com mais inteligência, diminuindo a desigualdade do ensino em diferentes estados e municípios seria um primeiro passo muito mais eficaz. Aumentar o salário de professores seria um segundo passo. Quando essas metas forem cumpridas, aumentar a proporção do PIB gasto em educação poderia representar a cereja do bolo. Mas fazer as coisas em ordem inversa só garante custos mais elevados.

 

 

Fonte: O&N/ Foto: web.

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