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O que muda com a implementação do Novo Ensino Médio

O Novo Ensino Médio tem como objetivo reformar a matriz de referência curricular da 1ª à 3ª séries.

Fundamentado pela Lei nº 13.415/2017, esse projeto propõe mudanças bastante significativas no Ensino Médio como o conhecemos hoje.

Uma das principais é a alteração da educação regular para a integral, o que significa que a carga horária passará de 800 horas para 1.000 horas anuais. O objetivo do MEC é que as horas de ensino cheguem até 1.400 horas.

Além disso, o currículo deve ter 60% das suas disciplinas ofertadas pela BNCC (Base Nacional Curricular Comum), enquanto os outros 40% deverão ser preenchidos pelos chamados itinerários formativos — neles, o aluno decidirá entre cinco áreas de estudo que desejará aprofundar durante os três anos letivos de seu Ensino Médio.

Um detalhe importante é que as escolas não serão obrigadas a oferecer todas as áreas aos estudantes, mas precisarão fornecer pelo menos uma. As 5 áreas são:

Linguagens e suas tecnologias;
Matemática e suas tecnologias;
Ciências da Natureza e suas tecnologias;
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas;
Formação Técnica e Profissional.

Há inclusive um cronograma previsto pelo MEC sobre a implementação para uma mudança geral da educação brasileira: aumento da carga horária para 1.000 horas por ano no Ensino Médio;

Prazos para a adaptação dos novos currículos, segundo BNCC e itinerários formativos;
calendários relacionados às matérias e aos recursos didáticos do PNLD;
melhoria das matrizes do Ensino Médio em Tempo Integral;
atualizações do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica);
modernização do ENEM.

É importante ressaltar que as novas diretrizes da BNCC e do PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático) não podem ter temas vistos como ideológicos pelo Governo Federal.

Por que houve atraso na implementação do Novo Ensino Médio?

A previsão era de que o Novo Ensino Médio fosse implementado em 2020; porém, com a pandemia, outras pautas entraram na frente, inclusive pela urgência, como a instalação de aulas híbridas ou remotas, e o planejamento do ano letivo desses últimos dois anos.

No entanto, recentemente, o Ministério da Educação anunciou o Cronograma Nacional para a execução do Novo Ensino Médio, além de algumas mudanças no ENEM.

No momento, a implementação do Novo Ensino Médio está prevista para o ano de 2022 na maior parte dos estados brasileiros.

O que muda em 2022?
Apesar de ser o ano oficial da implementação na maior parte dos estados brasileiros, é preciso deixar claro que isso não ocorrerá da noite para o dia. A ideia é de que, a cada ano, uma parte do que foi definido no projeto seja posta em prática.

Dito isto, para 2022, nos estados que iniciarão o Novo Ensino Médio, apenas a 1ª série do Ensino Médio deverá estar de acordo com as novas diretrizes.

Nestes estados, em 2023, as mudanças serão para a 1ª e a 2ª séries e, em 2024, o plano é que a mudança atinja também a 3ª série. As mudanças na base curricular estão divididas em dois blocos:

Geral Básico: aqui, usará como referência o que foi estipulado na BNCC, definindo as competências e as habilidades de quatro áreas do conhecimento: Linguagens e suas tecnologias; Matemática e suas tecnologias; Ciências da Natureza e suas tecnologias; e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; Itinerários Formativos: o estudante poderá se aprofundar nas cinco áreas de conhecimento ou escolher uma formação técnica e profissional.

Quais são os modelos de escolha dos itinerários?

Uma das grandes características desse Novo Ensino Médio é proporcionar aos alunos mais escolhas sobre o que querem aprender.

Afinal, no antigo, todos os estudantes estavam sujeitos à

s mesmas matérias (disciplinas) do currículo escolar.

Agora, eles só são obrigados a cumprir o mínimo comum de todas as áreas e terão uma parte flexível — os itinerários formativos. Eles podem seguir três modelos:

A: aqui, o aluno escolhe um itinerário em que os conteúdos já são definidos pela escola ou pela rede. É bem menos optativo. Se o aluno escolher o de Linguagens, terá que fazer todos os componentes que fazem parte, mesmo que ele não tenha tanto interesse.

Como vantagem, se não gostar, pode mudar ao longo dos anos;

B: neste modelo, o estudante pode fazer duas escolhas: tanto a da trilha pré-definida, quanto, durante o tempo de estudo, optar por algumas unidades eletivas, de acordo com o seu interesse;

C: no último modelo, conhecido como trajetória livre, o estudante ainda escolhe um itinerário, mas também decide quais unidades curriculares farão parte dele.

No entanto, saiba que, se a rede de ensino do município ou do estado definir um modelo, a escola não tem permissão de escolher outro. Isso porque quem decide é o sistema de ensino junto ao conselho do território.

Portanto, uma escola estadual não pode decidir pelo modelo C, se a rede escolheu o B.

Ao longo deste texto, falamos sobre a implementação do Novo Ensino Médio, um projeto sancionado em 2017 pelo até então presidente Michel Temer, que agora caminha para a sua execução em todas as escolas do país.

A ideia é que até 2024 todas as séries do Ensino Médio estejam de acordo com o que foi determinado no plano de implementação desse projeto.

Ele consiste em: aumento da carga horária para 1.400 horas e flexibilização da escolha curricular, oferecendo aos estudantes a oportunidade de se aprofundarem em, pelo menos, uma área letiva.

RCL

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