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Segundo o Ministro da Educação,o presidente do Inep foi demitido porque ‘puxou o tapete’.

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrígues, durante reunião da Comissão de Educação da Câmara, nesta quarta-feira (27) — Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Em audiência pública na Câmara dos Deputados, o ministro da Educação, Ricardo Vélez, disse nesta quarta-feira (27) que o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Marcus Vinicius Rodrigues, deixou o cargo porque “puxou o tapete”.

Rodrigues foi exonerado na terça-feira (26) após a publicação de uma portaria polêmica, que acabou anulada no dia seguinte, adiando a avaliação da alfabetização de crianças para 2021.

“A última demissão no MEC [ocorreu], porque o diretor-presidente do Inep puxou o tapete. Ele mudou de forma abrupta o entendimento que já tinha sido feito para a preservação da Base Nacional Curricular e fazer as avaliações de comum acordo com as secretarias de educação estaduais e municipais ”, afirmou Vélez.

O ex-presidente do Inep disse que assinou a portaria com respaldo do secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim. Um documento mostra que, de fato, Nadalim havia feito a recomendação para que a alfabetização não fosse avaliada em 2019.

Para o ministro, embora Rodrigues tenha se baseado em pareceres técnicos, a questão não havia sido debatida no “seio do MEC”.

“Realmente, considerei um ato grave, que não consultou o ministro, se alicerçou em pareceres técnicos, mas não foi debatido no seio do MEC”, afirmou Vélez.

O ministro contestou ainda as críticas feitas por Rodrigues de que não foram realizadas reuniões de trabalho das secretarias ao longo desses três meses.

Em entrevista à imprensa, Rodrigues criticou a falta de comunicação dentro do MEC e disse haver uma “incompetência gerencial muito grande”.

A ida de Vélez à comissão se deu em um momento conturbado da pasta, após uma série de mudanças nos cargos do alto escalão do MEC – sendo a saída de Rodrigues a mais recente.

O episódio se somou a outras polêmicas que envolvem a área da educação no governo e declarações controversas feitas pelo ministro. Em uma entrevista, ele afirmou que brasileiro age como “canibal” em viagens ao exterior. Depois, ao dar explicações ao Supremo Tribunal Federal (STF), Vélez reconheceu que a frase foi “infeliz”.

Recentemente, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse que o MEC precisava de um “freio de arrumação”.

 G1

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