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Brasil e México se enfrentam na próxima segunda-feira

As maiores dores recentes de Brasil e México no futebol vêm do número sete. Arrasados por derrotas vexatórias, eles se enfrentarão na próxima segunda-feira, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, quase que desintoxicados do drama pelo qual passaram.
Cada um reagiu ao seu sete de maneira peculiar.

De um lado, trocas de técnicos, jogadores e dirigentes. Do outro, refúgio e até reuniões com viciados em alcoolismo e drogas foram instrumentos de reinserção de rumo.
É difícil encontrar um horror maior do que o da Seleção. Em 2014, massacrada pela Alemanha numa semifinal de Copa do Mundo, em casa, com uma avalanche de gols seguidos. O 7 a 1 é eterno. Mas quem estava no Mineirão naquele fim de tarde não é. Longe disso.

O técnico Luiz Felipe Scolari, campeão do mundo em 2002, perdeu o emprego. Apenas seis daqueles jogadores estão na Rússia, quatro anos depois. O presidente da CBF na época, José Maria Marin, está preso por corrupção nos Estados Unidos.
Antes, ainda houve tempo para que ele contratasse Dunga, esse um erro técnico que culminou em mais dois anos de oscilações, descrédito e desapego entre a Seleção e o povo brasileiro.
Os remanescentes do 7×1 brasileiro: Thiago Silva, Marcelo, Fernandinho, Paulinho, Willian e Neymar (Thiago Silva e Neymar, respectivamente suspenso e lesionado, não enfrentaram a Alemanha)
Os remanescentes do 7×0 mexicano: Ochoa, Hector Moreno, Layún, Guardado, Hector Herrera, Lozano, Jesús Corona, Chicharito Hernández, José Corona, Rafa Márquez, Raul Jiménez, Aquino, Talavera e Oribe Peralta

Dunga caiu na Copa América Centenário, em 2016. Ironicamente, justamente no torneio em que o México levou 7 a 0 do Chile, nas quartas de final. Sua federação nacional peitou toda a lógica e ecos raivosos da torcida, e manteve o colombiano Juan Carlos Osorio, ex-São Paulo, no comando.

Osorio teve três etapas de reabilitação: primeiro a solidão; depois a companhia de Marcelo Bielsa, famoso técnico argentino amado por muitos e odiado por outros tantos, em sua casa na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul; e por fim o acolhimento do lar na Colômbia.
– Passei 20 dias com minha família, fazendo esportes, correndo com minha esposa diariamente e estando com meus filhos. Assisti a sessões de grupos com problemas de vício em drogas ou álcool, e tratei de colocar a derrota no contexto. Depois de 50 dias, dei a dor por encerrada. Resumi as lições aprendidas e, dali para frente, comecei uma nova etapa – relatou Osorio em entrevista à revista digital “The Tactical Room”.

O México tem 14 remanescentes daquele grupo tentando fazer história na Rússia e passar às quartas de final depois de eliminações consecutivas nas oitavas.

Já o Brasil vem sofrendo golpes e mais golpes na estrutura política do seu futebol, com denúncias, prisões e punições, além de escândalos no país da Copa, mas o trabalho da comissão técnica contratada em 2016 tem conseguido criar um escudo.
Essa é uma das razões para o presidente eleito Rogério Caboclo estar disposto a manter Tite por mais quatro anos, independentemente do que aconteça no Mundial.
Na próxima segunda-feira, em Samara, Brasil ou México darão mais um passo importante para colocar o seu sete mais no fundinho do baú. O jogo terá início às 11h (de Brasília).

GE

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