Chegou a hora.
Não será um jogo de Copa do Mundo, não vale vaga numa final do Mundial como em 2014, mas há todo um contexto que envolve o jogo de terça-feira entre Brasil e Alemanha, em Berlim.
Uma longa espera, de quase quatro anos, um episódio que nunca será esquecido, uma nova história para ser contada.
Para os brasileiros, o 7 a 1 saiu do campo de futebol. Virou expressão para definir derrotas políticas e sociais, por exemplo. Você certamente já leu nas redes sociais, ouviu ou até falou: “Todo dia um 7 a 1”.
Para os alemães, no entanto, é diferente. Por mais que eles abram um sorriso que mistura alegria e constrangimento quando o assunto reaparece, especialmente em conversas com brasileiros, dá para notar que há respeito.
Aquele resultado do Mineirão também demorou para entrar na cabeça deles.
E esse cuidado está no discurso dos jogadores. O atacante Thomas Müller, do Bayern de Munique, estava no nosso vexame. Fez parte, fez gol, fez o Mineirão chorar. Mas, hoje, trata aquilo tudo como só mais um jogo.
Naturalmente a gente pode imaginar um pouco, que quando alguém tem a Copa do Mundo no próprio país e de alguma forma perde na semifinal, e o Brasil é realmente um país louco por futebol, eu acho que a pressão era enorme e de repente acontece esse resultado.
Naturalmente que ele (resultado) marca, fica na memória do perdedor da partida, porque para ele a competição acaba ali.
Mas para nós aquilo foi um passo rumo à final, naturalmente um passo importante olhando para trás, mas apesar disso apenas permitiu com que chegássemos à final, o que um 2 a 1 também teria igualmente permitido.
A viagem ainda não tinha acabado e por isso a final (contra a Argentina) permanece para nós como o jogo mais marcante e especial. Não há nenhum sentimento ruim ou negativo da nossa parte. Não é uma revanche – frisou Müller.
O atacante e o meia Özil, que também estava no 7 a 1, não vão reencontrar a seleção brasileira desta vez.
Depois do empate por 1 a 1 com a Espanha, sexta-feira, em Düsseldorf, a dupla foi liberada por Joachim Löw para descansar.
É mais uma prova de que, pelo menos do lado da Mannschaft, não passará de um amistoso.
O meia Toni Kroos, que fez dois gols sobre a Seleção na semifinal da Copa de 2014, vai jogar nesta terça. Para ele, além de circunstâncias totalmente diferentes, são dois times diferentes. Aliás, o camisa 8 elogia e muito a seleção brasileira.
Para mim, o atual time do Brasil está muito acima da equipe de 2014. Nós nunca vamos esquecer o 7 a 1, mas eu acho que podemos seguir em frente – disse Kroos.
O técnico Joachim Löw também pensa assim e repete os elogios ao time brasileiro desde a chegada de Tite.
O Brasil passou por uma profunda fase de renovação, integrou jovens jogadores. Tenho acompanhado o Brasil e tenho me impressionado – afirmou.
Brasil e Alemanha jogam nesta terça-feira, em Berlim.