Na manhã desta terça-feira, o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi acordado por agentes da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público (MP) em sua residência na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
A ação faz parte de uma operação que investiga um suposto esquema de manipulação de resultados em partidas de futebol, envolvendo apostas sobre cartões recebidos por jogadores.
Após a chegada dos agentes, Bruno Henrique cooperou com a investigação, abrindo as portas de sua residência e entregando a documentação solicitada.
Além de documentos, os policiais também apreenderam celulares e outros aparelhos eletrônicos que estavam na casa do jogador, que serão analisados pela equipe responsável para identificar qualquer vínculo com o suposto esquema de manipulação.
Locais investigados pela PF e MP no Rio de Janeiro
A operação também se estendeu a outros locais de relevância para o Flamengo. Entre os endereços alvo dos agentes, destacam-se o Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube localizado em Vargem Grande, e a sede social do Flamengo, na Gávea.
A ação busca por mais evidências que possam comprovar o envolvimento do jogador e de terceiros no esquema.
Como a investigação começou?
O caso teve início após uma comunicação oficial da Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que alertou as autoridades sobre possíveis irregularidades envolvendo apostas em jogos do Flamengo.
A partir dessa denúncia, as entidades responsáveis iniciaram um monitoramento detalhado das atividades ligadas ao jogador Bruno Henrique, especialmente em relação a cartões amarelos.
Relatórios da IBIA e Sportradar identificaram apostas suspeitas
Segundo dados fornecidos pela International Betting Integrity Association (IBIA) e pela Sportradar, plataformas internacionais que monitoram riscos no mercado de apostas, houve um volume atípico de apostas direcionadas a cartões amarelos envolvendo Bruno Henrique.
Essas apostas ocorreram na partida entre Flamengo e Santos, levantando suspeitas sobre a possível manipulação.
Apostas ligadas a parentes de Bruno Henrique
Os dados coletados pelas entidades e repassados ao Ministério da Fazenda indicam que parentes próximos de Bruno Henrique foram responsáveis por várias das apostas relacionadas ao cartão que ele viria a receber em campo.
Essas informações fortaleceram a suspeita de que houve uma ação deliberada para manipular o resultado do evento esportivo.
Possíveis penalidades segundo a Lei Geral do Esporte
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) declarou que a conduta, em tese, configura crime contra a “incerteza do resultado esportivo”, prática que está prevista e punida pela Lei Geral do Esporte.
A pena para esse tipo de crime pode variar entre dois e seis anos de reclusão, caso as acusações sejam comprovadas durante o processo investigativo.
O jogo sob suspeita
O jogo que motivou a investigação ocorreu em 1º de novembro de 2023, na 31ª rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado.
O Flamengo, que tinha o mando de campo, escolheu o Estádio Mané Garrincha, em Brasília, para a realização da partida contra o Santos. O comportamento de Bruno Henrique durante o jogo foi o fator chave que gerou as suspeitas.
Bruno Henrique recebe cartão em jogo que ficou marcado por comportamento suspeito.
De acordo com as investigações, Bruno Henrique cometeu uma falta aos 50 minutos do segundo tempo contra o jogador Soteldo, do Santos, recebendo então o cartão amarelo.
Na sequência, o atacante do Flamengo reclamou acintosamente com o árbitro Rafael Klein, o que resultou em um segundo cartão amarelo e, consequentemente, em sua expulsão do campo.
Flamengo perdeu a partida por 2 a 1
No confronto investigado, o Flamengo acabou derrotado pelo Santos pelo placar de 2 a 1. O incidente envolvendo Bruno Henrique, além de ter influenciado diretamente no andamento do jogo, agora se tornou um dos principais pontos da investigação.
O comportamento do jogador é analisado sob a ótica de uma possível manipulação para beneficiar terceiros nas apostas.
Outras possíveis consequências para Bruno Henrique e para o Flamengo
A situação atual gera uma série de incertezas para a carreira de Bruno Henrique e também para o Flamengo, que acompanha o desenrolar da investigação de perto.
Até o momento, o clube não se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas o atleta pode enfrentar consequências significativas caso as suspeitas sejam confirmadas.
Impacto na imagem do jogador e do clube
O caso também traz um impacto potencial para a imagem pública de Bruno Henrique e do Flamengo.
A associação de um jogador com um suposto esquema de manipulação de resultados e apostas coloca em risco a reputação do atleta e pode gerar desconfiança na torcida e no próprio clube.
Além disso, o Flamengo pode vir a enfrentar sanções esportivas caso as investigações comprovem o envolvimento de seu jogador em atividades ilegais.
Resumo para quem está com pressa
Bruno Henrique, do Flamengo, foi alvo de operação da PF e do MP contra manipulação de apostas.
O jogador cooperou e entregou documentos e aparelhos eletrônicos aos agentes.
A operação incluiu o Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, e a sede do clube na Gávea.
Parentes do jogador são suspeitos de apostas em cartões amarelos envolvendo Bruno Henrique.
Caso as acusações se confirmem, Bruno Henrique pode ser punido de acordo com a Lei Geral do Esporte, com pena de até seis anos.
A investigação coloca a reputação de Bruno Henrique e do Flamengo em risco, aguardando pronunciamento do clube.
Bruno Silva