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“Grupo da morte” facilita a vida da seleção masculina de vôlei rumo ao pódio

Foto: Divulgação / FIVB

Com o término dos pré-olímpicos continentais no último fim de semana, foram definidos todos os participantes do vôlei nos Jogos de Tóquio 2020. E, por consequência, já sabemos os grupos do Brasil. No masculino, o time jogará contra Rússia, França, Argentina, EUA e Tunísia, chave considerada muito difícil, por ter cinco candidatos ao pódio. No feminino, os adversários são Japão, Sérvia, Coreia, República Dominicana e Quênia, em um grupo considerado não tão forte.

Mas, pelo regulamento da Olimpíada, uma chave muito complicada na primeira fase pode abrir portas nas quartas de final. As doze equipes são divididas em dois grupos de seis, com os quatro melhores avançando de fase. Ou seja, para as quartas de final a seleção já fugiu dos times de seu grupo, que são muito fortes.

A seleção masculina do Brasil não terá uma partida de quartas de final contra Rússia (atual bicampeã da Liga das Nações), nem contra Estados Unidos (bronze na Copa do Mundo e no Mundial), nem contra a França (de N´Gapeth, considerado o melhor jogador do mundo), nem com a Argentina (time perigoso que é sexto no ranking).

Earvin Ngapeth Wallace Brasil x França Liga das Nações — Foto: Divulgação FIVB
Earvin Ngapeth Wallace Brasil x França Liga das Nações — Foto: Divulgação FIVB

Os jogos contra essas quatro equipes na primeira fase serão importantes, mas não decisivos. Uma derrota contra esses gigantes não acarretará em uma eliminação, pois a fase de grupos não são jogos de mata-mata, ao contrário do que aconteceria em uma partida das quartas de final.

Passando de fase, a vida pode ser um pouco menos complicada. No outro grupo tem times fortes como a Polônia (atual campeã mundial) e Itália (vice-campeã olímpica), mas os outros são considerados em um escalão abaixo (o que não quer dizer que são inofensivos) como Irã e Canadá. O Japão evoluiu nos últimos anos, mas não é considerado uma equipe top, nem a Venezuela, campeã do pré-olímpico sul-americano que não contou com Brasil e Argentina.

Brasil x Itália Copa do Mundo de Vôlei — Foto: Divulgação / FIVB
Brasil x Itália Copa do Mundo de Vôlei — Foto: Divulgação / FIVB

Vamos ao exemplo da Olimpíada do Rio. O Brasil ficou no grupo mais complicado, ao lado de Canadá, Itália, França e EUA. A classificação foi complicada, a seleção passou só em quarto lugar, com uma emocionante vitória na última rodada contra a França.

Assim, foi para as quartas de final, em que enfrentou os times do outro grupo. E, do outro lado, tinham menos seleções do “primeiro escalão”. Pegou a Argentina e foi à semi.

Cair no “Grupo da morte” na Olimpíada significa fugir, nas quartas de final, dos principais times.

Na seleção feminina, o caso é oposto

Brasil x Camarões; Pré-Olímpico; vôlei feminino; Uberlândia — Foto: FIVB
Brasil x Camarões; Pré-Olímpico; vôlei feminino; Uberlândia — Foto: FIVB

Já a seleção feminina pegou um grupo, teoricamente, mais fácil. Jogará a primeira fase contra Japão, Sérvia, Coreia, República Dominicana e Quênia. Em teoria, apenas a Sérvia é grande candidata ao pódio nesta lista.

Mas, passando de fase, a seleção poderá enfrentar a China (atual campeã olímpica) ou EUA (bicampeã da Liga das Nações), a Rússia (seleção tradicionalíssima), a Itália (atual vice-campeã mundial) ou a Turqui (vice-campeã europeia). Argentina, na teoria, é a seleção mais fraca do outro grupo.

Ou seja, é muito provável que a seleção feminina avance de fase na Olimpíada, mas é uma certeza que as quartas de final serão uma dureza.

Na Olimpíada do Rio, a seleção pegou um grupo tranquilo, venceu todos seus duelos, mas caiu nas quartas de final para a China, que viria a ser campeã.

Guilherme Costa

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