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Jogador de vôlei cai em golpe e passa 15 anos achando que namorava Alessanda Ambrosio

Alessandra Ambrosio e Roberto Cazzaniga

Um jogador de vôlei italiano passou 15 anos acreditando que namorava à distância a modelo brasileira Alessandra Ambrosio após conhecer uma pessoa pela internet que usava fotos dela, mas se identificava como Maya.

Durante esse período, Roberto Cazzaniga entregou 700 mil euros (R$ 4,3 milhões) para a estelionatária, que pedia ajuda financeira para custear tratamentos de supostos problemas cardíacos.

“Não, nós nunca nos conhecemos. Nunca. Ela deu mil desculpas, como doença e trabalho. E ainda assim me apaixonei por aquela voz, uma chamada após a outra. O contato era apenas no celular, quase que diariamente. Ligava antes de eu ir treinar ou à noite, na hora de dormir. Como ela me tirou todo esse dinheiro? Nem sei ao certo, mil euros aqui, outros dois mil ali… No final chegamos a um total de 700 mil. Tenho tantas dívidas. Passado este pesadelo, é como se tivesse acordado de um coma que me fez perder décadas de vida”, contou o jogador a uma emissora italiana, aos prantos.

A verdade foi revelada nesta terça-feira por um programa televisivo da “Mediaset”, que reuniu provas de que o homem estava sendo enganado. A investigação ocorreu após pedidos da família e de amigos do atleta, que há muito tempo desconfiavam do namoro virtual.

De acordo com o portal “Il Fatto Quotidiano”, Roberto chegou a fazer diversos empréstimos para enviar o dinheiro pedido pela namorada falsa.

“Um dia ele estava no quarto, no escuro. Eu o vejo chorar, pergunto o que ele tem e ele me diz que se apaixonou, mas essa mulher está na UTI para fazer uma operação cardíaca”, lembrou Danilo, irmão de Roberto.

O golpe
“O golpe começou em 2008, quando uma amiga dele, Manuela, compartilhou o telefone uma mulher que gostaria de conhecê-lo. Ela se apresentou como Maya, mas depois afirmou que o nome era um pseudônimo para Alessandra Ambrosio, a modelo brasileira. O caso agora é investigado pela polícia local”, disse Roberto.

O atleta fez empréstimos e chegou a pedir dinheiro aos pais, irmão e amigos para agradar a golpista.

De início, os companheiros do time New Matter faziam piadas sobre a Maya de quem ele falava tanto, mas ninguém conhecia.

A insistência em pedir dinheiro, porém, ligou um alerta depois de tantos anos.

Quando citavam que o companheiro poderia ser vítima de um golpe, Cazzaniga negava e trocava de assunto. Foi aí que familiares e amigos decidiram se juntar para fazer uma denúncia e dar início às investigações.

Por fim, descobriram que Maya na verdade se chama Valeria, tem 50 anos e mora na Sardenha. Para tentar compensar o prejuízo, os colegas de equipe começaram uma arrecadação de fundos para ajudar Cazzaniga.

Esse tipo de golpe, no qual um interlocutor finge ser uma outra pessoa, é conhecido como catfishing.

Em suma, a ideia é criar uma ou mais identidades virtuais para enganar outros usuários emocionalmente. Há diversos motivos para a prática do crime, sendo que uma das mais conhecidas é o financeiro.

O catfishing é uma das modalidades do chamado golpe do amor, um grupo de crimes cibernéticos que vem lesando diversos consumidores ao redor e que foi tema de um recente levantamento da Federal Trade Commission (FTC) – a agência governamental do governo americano que protege os consumidores.

De acordo com o levantamento, o número de “golpes do amor” relatados ao FTC saltou de 8,5 mil em 2015 para mais de 21 mil em 2018, com prejuízos anuais em torno de US$ 143 milhões.

Ansa

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