O Cancão não chegou a causar um incêndio, mas seu fogo fez o Vitória enxergar as fraquezas. Aquele time pra frente, de 26 gols em dez jogos do Baiano, não sabe como incomodar o adversário sem sua trinca de meiúca formada por Luís Alberto, Cajá e Escudero. Tudo bem que a vantagem era larga, o campo dos piores, mas é pedir muito aos rubro-negros engolir uma apresentação mais feinha que o gramado do Adauto Moraes. Maxi sofreu um bocado. O baixinho quase sempre procurava Cáceres, mas as tabelas não fluíam.
Do outro lado, apesar da boa desenvoltura de Vander no segundo tempo, Mansur pecava na falta de confiança para avançar. Escudero, jogador mais tático do time, fez falta, pois é quem bota o menino no jogo. Meio sem opções, já que os três estavam suspensos, Caio Júnior escalou um time que foge das características desse Vitória. No papel, a intenção até era de manter aquele esqueleto. Só na teoria…
Michel, muitas vezes sozinho no sacrifício da marcação, teve reforço de Magal, primeiro volante escalado como segundo, e Cáceres, segundo homem utilizado de meia. Na prática, desse jeito o Leão só vai conseguir jogar em velocidade, no estilo das ultrapassagens, se o adversário se abrir. Nem Nino, acostumado a chegar na linha de fundo com certa facilidade, teve brecha pra isso. Dinei, acostumado a sair da área pra facilitar a vida de quem chega de trás, fez o papel em vão.
As coisas só melhoraram quando a Juazeirense foi pro tudo ou nada após o intervalo, já que o triunfo parcial de 1×0 não adiantava. Com três atacantes, já que precisava de mais três gols pra pensar em final, Barbosinha deu a chance do Vitória contra-atacar pelos lados. Nessa hora, o rubro-negro, com Marquinhos pra dividir responsabilidade com Vander, desperdiçou todas… Mas tudo indica que o que se viu em Juazeiro não vai atrapalhar o Leão na busca da 27ª taça estadual, já que Caio Júnior vai contar com força máxima para os Ba-Vis decisivos. Agora, é esperar pra ver se essa teoria na decisão vai se aplicar na prática. Apesar de jogar por dois empates, não dá pra jogar esperando o tempo passar como se viu ontem.
Fonte: Correio