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Presidente do Sport diz que pagou para ter atleta do clube na Seleção

LUCIANO BIVAR

Doze anos depois de sua contestada participação na seleção brasileira, sob o comando do técnico Emerson Leão, o ex-volante Leomar está no centro de uma acusação na sexta-feira.

Luciano Bivar, presidente do Sport, clube que o jogador defendia à época, disse ter pago pelos serviços de um lobista para que o ex-jogador, hoje de 41 anos, fosse convocado pela seleção brasileira em 2001.

O então técnico da seleção, Emerson Leão, que havia passado pelo clube pernambucano no ano anterior, negou que tenha atendido a desejos de terceiros e pediu que as declarações do dirigente sejam apuradas.

Leão comandou a seleção em dez partidas entre outubro de 2000, após a demissão de Vanderlei Luxemburgo, e junho de 2001, quando foi demitido, depois de ficar em quarto na Copa das Confederações, dando lugar a Luiz Felipe Scolari.

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Com Leão, a seleção obteve três vitórias, quatro empates e três derrotas. Na Copa das Confederações, com aval do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, levou um time misto no qual o esforçado Leomar foi capitão, e que tinha outros jogadores pouco badalados, como o meia Carlos Miguel, então no São Paulo, e o atacante Magno Alves, do Fluminense.

Na campanha, empates contra Canadá e Japão e derrotas para França e Austrália selaram o destino do técnico.

Leomar era citado por Leão, na época, como um homem de confiança, que tinha sido seu capitão no Sport – embora tenha dito, numa entrevista, que se tratava de um “jogador nota 7, regular”.

O volante esteve como titular nas últimas seis partidas do técnico à frente da seleção.

“Naquela época contratamos um lobista para fazer a imagem do Leomar junto à comissão técnica da seleção. Isso acontece todo dia. Se falar com o Felipão, ele vai dizer quantos telefonemas recebe do Qatar e da Rússia.

Eles mandam vídeos e estatísticas de jogadores”, disse Bivar. Na entrevista que deu a rádio Transamérica de Pernambuco, Bivar foi mais direto: “Eu já empurrei jogador para a seleção dando comissão.

Esse é o mundo do futebol, estou há 40 anos neste negócio e sei como funciona.” O dirigente se recusou, no entanto, a dar o nome do responsável por executar esse serviço.

Além disso, apesar de ter contratado o lobista, disse acreditar que Leomar acabou convocado por méritos próprios. “Esse lobista é do século passado e eticamente não poderia revelar o nome dele. Mas não sei se o Leomar foi convocado só pelo lobby ou se a comissão técnica achou que ele tinha talento, que é no que acredito.”

Leão rebateu veementemente as declarações de Bivar e garantiu que, ao longo dos oito meses que passou no comando da seleção, não recebeu uma única oferta de empresários para que priorizasse a convocação de algum jogador.

O único lobby que existiu para a convocação do Leomar foi o bom ano dele como jogador do Sport. Como não me permitiram convocar jogadores dos times de fora, foi dada uma oportunidade a ele. Nada mais que isso.

Sinceramente, nunca recebi uma proposta desse tipo. Nem cheguei a conversar pessoalmente com o presidente Ricardo Teixeira quando treinei a seleção.

O Antonio Lopes (então coordenador de seleções) jamais interferiu em qualquer coisa. Ele sabia das convocações antes de serem divulgadas, mas quando a lista já estava pronta.

Leão pediu mais informações a Bivar. “Ele disse que não lembra mais com quem fez o lobby. Já que falou, que mostre os culpados. Estou à disposição para qualquer tipo de esclarecimento. Todo mundo sabe que empresários não gostam muito de mim.

Eles falam: ‘O Leão está naquele clube, não adianta nem oferecer jogador para ele’. O que vale para mim é a qualidade do atleta.”

Com informações da  agência Gazeta Press

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