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Saiba como o Brasil pode parar o toque de bola da Espanha

Brasil e Espanha se enfrentam para decidir o título da Copa das Confederações no domingo (30). O time de Felipão claramente é o que precisa pensar nas decisões táticas a serem tomadas; os atuais campeões mundiais têm um estilo de jogo fixo e dominante, que não vai se alterar para o jogo final. O principal dilema de Felipão é a marcação. Saber como roubar a bola dos espanhóis é a principal dificuldade da Seleção, que mostrou problemas na recomposição pelo setor esquerdo, principalmente com Neymar e Marcelo escalados por aquele lado, e pouca coesão na marcação pressão, que acontece na base do “abafa”, empurrada pela torcida no início do jogo. Felipão faria bem em apostar em mais um volante – o ideal seria tirar Fred, o que menos ajuda a roubar bolas, mas provavelmente o escolhido para sair será Oscar ou Hulk. Ambos cumprem bem seu papel tático, mas vêm tendo atuações tímidas com a bola no pé.

O outro dilema do Brasil: como o time vai atacar? Com Felipão, a equipe vem se notabilizando pela armação quase exclusiva pelas laterais. Daniel Alves e Marcelo são os que mais ficam com a bola no pé; já os três meio-campistas, Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar, participam muito pouco da armação e da saída de bola. Esse foi um grande problema em todos os jogos do Brasil até aqui – principalmente contra o Uruguai, que abriu Cavani e Suárez para conter os laterais brasileiros, e praticamente acabou com o jogo ofensivo da Seleção, reduzido a cruzamentos na área. Contra a Espanha, porém, essa característica pode se transformar em benefício.
Outro ponto positivo é que a melhor virtude da Seleção – a velocidade e o jogo direto de Neymar, Hulk, Oscar e Paulinho no contra-ataque – é também a maior fraqueza da Espanha. Os campeões mundiais têm dificuldades quando sofrem ataques diretos e rápidos, como mostrou a Nigéria na primeira fase, principalmente quando não conseguem pressionar do modo como estão acostumados na frente – o que tem sido comum na Copa das Confederações, talvez por uma mistura do clima abafado com o cansaço do fim da temporada europeia.
O Brasil, mesmo jogando em casa, ainda é o “azarão” nesta final. Felipão tem as armas para ferir a Espanha quando o time tiver a bola – basta jogar de acordo com as virtudes que mostrou até aqui, liberando os laterais para atacar e jogando de forma vertical, direta. O problema, porém, é que para atacar precisa-se primeiro roubar a bola do adversário – e o Brasil vai enfrentar uma equipe que está vários níveis acima de qualquer outra na posse de bola. As deficiências da marcação pressão e da recomposição defensiva serão mais evidentes que nunca.

Fonte: Redação / Leandro Miranda

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