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Walewska Oliveira, da seleção brasileira de vôlei, morre aos 43 anos. Amigos lamentam: “Sem acreditar”

Morte de Walewska Oliveira campeã olímpica de Volei

A ex-jogadora de vôlei Walewska Oliveira morreu na noite desta quinta-feira (21).

Ela foi uma das maiores esportistas da seleção brasileira. A ex-atleta estava em São Paulo para divulgação de sua biografia. Além disso, ela lançaria uma linha de chocolates saudáveis.

Wal tinha 43 anos e faturou o ouro olímpico em Pequim-2008. Antes, ela fez parte do elenco brasileiro que foi bronze em Sydney-2000. A brasileira se aposentou das quadras no ano passado e, nos últimos tempos, apostava em lançamento de produtos envolvendo liderança e alta performance.

Alguns atletas e famosos se manifestaram nas redes sociais. “Eu, sinceramente, nem sei o que falar. É uma amiga, uma pessoa maravilhosa. Fui a duas Olimpíadas com ela, sempre tivemos uma relação maravilhosa de amizade. Era uma baita profissional e pessoa. É uma notícia que deixa a gente devastado”, disse Nalbert.

Paula Pequeno: “É um momento muito delicado, está todo mundo destroçado e arrebentado com uma notícia desta. Tem gente fazendo publicação pra like?

Pelo amor de Deus. Um pouco de respeito. Ninguém vai saber o motivo até que haja uma investigação e que se trace um roteiro do que possa ter acontecido. O mundo do vôlei, o Brasil e a família: está todo mundo desesperado, de luto e sofrendo”.

Alexandre Oliveira (ex-jogador que gravou ontem um podcast com Wal): “A gente não sabia o que tinha acontecido quando subimos o podcast. Várias pessoas me ligaram perguntando o que havia acontecido, eu não sabia.

A gente gravou o podcast ontem (quarta), às 15h, em Alphaville. Tratei com ela a semana passada toda, marquei, combinei, ela topou de boa. Se vocês puderem ver, ela estava extremamente feliz e contente. Falou da carreira, dos planos e de muita coisa bacana da vida dela.

Em nenhum momento passou qualquer problema que ela pudesse ter sobre saúde mental ou física. Não transpareceu. Fica nosso pesar, eu estou completamente em choque. Era uma mulher incrível, totalmente fora da curva em termos de cultura, educação, em como conversar… nunca imaginei”.

Abel Ferreira. “Quando disseram, nem acreditei, fiquei incrédulo. Acho mesmo que não vale a pena me chatear com futebol, tem que desfrutar. Infelizmente, é nesses momentos que falamos da morte que nós pensamos realmente qual é minha missão como homem, pai, filho. Tive oportunidade de falar com ela, era capitã do time. Foi uma hora extraordinária de aprendizado.”

A CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) emitiu uma nota abordando a morte de Walewska. A entidade ressaltou os títulos da central e, em nome do presidente Radamés Lattari, se solidarizou com os familiares.

“Com tristeza e imenso pesar, a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) recebeu a notícia do falecimento da campeã olímpica Walewska na noite desta quinta-feira. Central de excepcional talento, Walewska defendeu por muitos anos a seleção brasileira feminina. Além da medalha de ouro nos Jogos de Pequim 2008, foi bronze em Sydney 2000, conquistou três títulos do Grand Prix, os Jogos Pan-Americanos de 1999 e a Copa das Campeões de 2013.

Walewska era uma jogadora especial, sua trajetória no esporte será para sempre lembrada e reverenciada. Neste momento tão difícil, a CBV se solidariza com a família e os amigos desta grande jogadora”, diz nota da CBV.

ÚLTIMOS DIAS
Natural de Minas Gerais, a ex-jogadora estava em São Paulo para compromissos comerciais. Na terça-feira (19), Wal aproveitou para visitar as instalações do Palmeiras. A ida contou, inclusive, com troca de livros com o treinador Abel Ferreira.

Walewska se preparava para lançar uma linha de bombons saudáveis. A iniciativa era uma parceria com o chef Gustavo Pereira, e os doces pré-treino chegaram a ser provados pelas atuais jogadoras da seleção.

A mineira também se dedicava ao mundo das palestras. Os temas eram, basicamente, de alta performance e disciplina, inclusive envolvendo as experiências olímpicas.

A última aparição pública de Wal ocorreu no “Canal Ataque Defesa”, do jornalista e ex-jogador de vôlei Alexandre Oliveira. O podcast foi gravado na quarta (20) e publicado ontem (21), horas antes da confirmação da morte da esportista.

Polícia informou que investiga as circunstâncias da morte da atleta.

Boletim de Ocorrência, divulgado pela Secretaria de Segurança Pública, aponta que Walewska caiu do 17º andar de prédio e menciona imagens de câmeras de segurança do condomínio.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo divulgou, na manhã desta sexta-feira (22), o Boletim de Ocorrência da morte da campeã olímpica de vôlei Walewska Moreira de Oliveira, ocorrida no início da noite de quinta-feira.

A polícia diz que Walewska caiu do 17º andar e investiga as circunstâncias.

Segundo o boletim, há investigação sobre hipótese de suicídio, mas outras possibilidades não estão descartadas. Segundo o documento, a ocorrência foi às 18h09 de quinta-feira, com a comunicação às 20h19.

O boletim de ocorrência cita que a gestora do condomínio relatou que Walewska caiu do 17° andar (área de Lazer), atingindo a sacada do apartamento do primeiro andar. Uma unidade de resgate tentou reanimar a vítima, mas foi constatado o óbito no local.

A área de lazer, que fica no 17º andar do condomínio, possui câmeras no corredor e seu acesso se dá apenas pelos moradores por uma porta de vidro que possui biometria facial.

O sistema de monitoramento teria gravado Walewska entrando na área de lazer sozinha às 16hs50m.

O marido de Walewska estaria no apartamento do casal, em outro andar do edifício, no momento da tragédia. Ouvido pela polícia, Ricardo Alexandre Mendes contou que o casal enfrentava uma crise no casamento de 20 anos.

Ele disse que, na quinta-feira, voltou do trabalho às 17h30 e não encontrou a mulher em casa. Em seguida, resolveu dormir e, por volta de 18h30, foi acordado por funcionários do prédio com a informação de que houve um “acidente”.

RPP

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