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Agricultores familiares participam de Experiências Socioambientais

AGRICULTURA FAMILIAR FOTO ILUSTRATIVA

O município de Correntina, localizado no oeste baiano, recebeu nos dias 4 e 5 de maio cerca de 100 agricultores familiares e atores sociais diversos que interagiram e trocaram saberes no II Intercâmbio de Experiências Socioambientais do Território da Bacia do Rio Corrente.

Um espaço de diálogo entre as comunidades sobre manejo sustentável do Cerrado, o encontro discutiu também prevenção e combate a incêndios florestais na agricultura familiar e práticas alternativas ao uso do fogo na produção agrícola.

Representando a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), o superintende de Estudos e Pesquisas Ambientais, Luiz Antônio Ferraro, destacou na cerimônia de abertura que “o Intercâmbio se configura como um importante fórum para diagnóstico de atores, espaços e iniciativas socioambientais em Correntina, Jaborandi e Cocos, no intuito de fomentar a sustentabilidade no Estado da Bahia”.

A atividade faz parte do Projeto Cerrado, iniciativa da Sema e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), em cooperação com a Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Reino Unido e Banco Mundial.

“A segunda edição do Intercâmbio de Experiências Socioambientais é resultado do Mapeamento das Experiências Socioambientais, que tem como um dos seus objetivos dar visibilidade às diversas experiências socioambientais que vêm sendo desenvolvidas no Estado da Bahia, contemplando os municípios alvo do Programa Cerrado que fazem parte do Território da Bacia do Rio Corrente” explicou a diretora de Educação Ambiental para Sustentabilidade da Sema, Zanna Mattos.

Participaram também do evento, representantes de experiências socioambientais; o prefeito de Correntina, Nilson José Rodrigues; representantes de sindicatos dos trabalhadores rurais; de Escolas Família Agrícola; de movimentos sociais; de brigadistas; de universidades; de colegiados territoriais e de comitês de bacias.

Troca de Experiências

“A produção agroecológica orgânica é um caminho alternativo e rentável à produção desenfreada do agronegócio que vem devastando o bioma do Cerrado.

Por isso, a oportunidade de troca experiências com outras comunidades é importante para o fortalecimento dos agricultores familiares”, relatou Timóteo da Silva, representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

“Iremos compartilhar o projeto de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) realizado com a comunidade de Boca Negra, na cidade de Jaborandi. O objetivo é manter as famílias organizadas, produzindo alimentos orgânicos, melhorando a qualidade de vida, além do excedente da produção ser vendido nas feiras, para que também possamos ter um ganho econômico”, explicou.

De acordo com a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ana Maria Costa, “para quem trabalha na área de pesquisa, esses saberes são as fontes primordiais que nos guiam a conduzir trabalhos focados nas necessidades dos produtores rurais.

E o que podemos devolver de contribuição às comunidades são tecnologias que contribuem para o desenvolvimento e aumento de renda do produtor rural.

“O uso da tecnologia para o pequeno produtor é um dos fatores que enriquecerá as experiências socioambientais, seja do ponto de vista de serviços ambientais, sistemas integrados e o uso e valoração da biodiversidade brasileira, fornecendo materiais apropriados para a produção”.

Portanto, Ana Maria Costa destaca a necessidade das comunidades se organizem em busca de informações sobre alternativas produtivas ambientalmente mais equilibradas e economicamente viáveis.

Atividades

A troca de experiências socioambientais do II Intercâmbio de Experiências Socioambientais do Território da Bacia do Rio Corrente baseou-se na metodologia baseada na Ciranda das Experiências.

Na oportunidade, agricultores e demais atores sociais relataram as suas respectivas histórias, contexto, potencialidades e fragilidades de produção, numa reflexão coletiva com os outros participantes sobre a realidade socioambiental da região, o seu fazer e a relação com a sustentabilidade.

Distribuídos em três sala temáticas, as troca de experiências também permearam sobre produção e manejo sustentável, artesanato, educação ambiental, práticas alternativas ao uso do fogo e movimentos em defesa do Cerrado e direitos das comunidades tradicionais.

No final do intercâmbio, os participantes realizaram uma visita técnica ao viveiro de mudas nativas desenvolvido pela Escola Família Agrícola Padre André.

O Encontro também foi propício para a reunião com o comitê de bacia e colegiados territoriais da bacia do corrente.

O objetivo desta atividade foi democratizar as informações socioambientais para fortalecimento da atuação dos colegiados territoriais e comitês de bacias, contribuindo com a sustentabilidade ambiental do território e com o processo da governança do Programa Cerrado.

Ascom/Sema

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