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Corpo do menino morto pelo pai é liberado na Bahia

Bernardo, de 1 ano e 11 meses, levado pelo pai, Paulo Roberto de Caldas Osório; homem disse ter matado criança — Foto: Arquivo pessoal

O corpo do menino Bernardo Osório, de 1 ano e 11 meses, encontrado, na zona rual de Palmeiras, cidade da Chapada Diamantina, foi liberado do Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Itaberaba, neste domingo (8). A informação foi confirmada pela Polícia Civil do município.

Segundo informações da delegacia de Itaberaba, o corpo do bebê foi liberado para os familiares levarem para o Distrito Federal. Não há informações sobre velório de sepultamento do menino.

O crime ocorreu na noite de sexta-feira (29). Neste domingo (8), a Polícia Civil do Distrito Federal informou que o bebê foi morto pelo pai, o funcionário do Metrô, Paulo Roberto de Cladas Osório, dentro da casa onde mora o servidor público, na Asa Sul, em Brasília.

De acordo com delegado Leandro Ritt, da Delegacia de Repressão à Sequestros (DRS), as investigações foram concluídas e mostram que Osório agiu sozinho.

As investigações também apontam que Paulo Roberto de Caldas Osório já planejava o crime e a fuga, aponta a investigação. O pai buscou o menino Bernardo na creche, também na Asa Sul, dopou a criança com medicamentos misturados a um suco de uva.

Antes de pegar a estrada, porém, Paulo Roberto de Caldas Osório passou em casa, na 712 Sul – mesmo local onde matou a própria mãe, em 1992. Câmeras de segurança registraram o momento que ele deixou a residência, de carro.

Segundo a Polícia do Distrito Federal, não há dúvidas de que Bernardo estava no veículo e que já estava morto. O homem dirigiu até a cidade de Luís Eduardo Magalhães, no sudoeste da Bahia, onde parou em um hotel, por volta das 3h de sábado (30), e deixou o corpo do filho no carro.

Quando amanheceu, o servidor público deixou o hotel e foi até a zona rural de Palmeiras, cidade da Chapada Diamantina, a 520 quilômetros de Luís Eduardo Magalhães.

Após largar o corpo do filho, Osório seguiu viagem até Salvador, onde dormiu. As investigações apontam que ele passou o domingo na capital baiana e depois foi para um hotel, em Alagoinhas, perto de Feira de Santana.

Foi no hotel que o servidor público foi preso por agentes da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), na segunda-feira (2).

O corpo de Bernardo

O corpo de Bernardo foi encontrado pela Polícia Civil da Bahia na quinta-feira (5), em Palmeiras, na Chapada Diamantina. Um colar de âmbar no pescoço do menino e a cadeirinha usada no carro para transportar o bebê, levaram os policiais e a família a acreditar que se tratava de Bernardo.

No entanto, por causa do avançado estado de decomposição do corpo, os exames feitos foram inconclusivos. A avó e a tia do bebê viajaram para a Bahia, mas não conseguiram fazer o reconhecimento do corpo.

A avó disse que a roupa não era de Bernardo. Osório comprou roupas novas para o filho “para dificultar a identificação”, explicou a polícia.

O exame de DNA

Amostras genéticas do corpo foram trazidas para o DF na tarde de sábado (7). Peritos do Instituto de Pesquisa de DNA Forense do DF (IPDNA) analisaram o material e, na mesma noite, confirmaram que a criança encontrada morta em uma estrada baiana era Bernardo Osório.

As técnicas foram as mesmos usadas na tragédia de Brumadinho e na queda do avião da Gol em 2006.

Desaparecimento de Bernardo

No mesmo dia do desaparecimento da criança, Paulo Roberto Osório, o pai, mandou mensagens de texto e de áudio para Tatiana Silva, a mãe do menino. As gravações revelam que ele tinha desavenças com a ex e com a avó da criança.

Um dia após Osório ser preso, ele passou por audiência de custódia em Brasília. O juiz Fellipe Figueiredo de Carvalho converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva – por tempo indeterminado.

Até a noite deste domingo o servidor público permanece na Divisão de Controle e Custódia do DF.

Processo sobre morte de mãe foi desarquivado

Paulo Roberto de Caldas Osório já ficou internado na ala psiquiátrica da Penitenciária da Papuda, em Brasília, por 10 anos, por ter assassinado a própria mãe, Neuza Maria Alves. O crime ocorreu quando ele tinha 18 anos, na mesma casa da 712 Sul onde o servidor público mora e onde Bernardo morreu, segundo a polícia.

Após confessar que matou Bernardo, a Justiça do DF desarquivou o processo do assassinato de Neuza, que tinha 45 anos foi morta pelo filho. De acordo com a juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais, “o desarquivamento dos autos é algo comum e servirá para subsidiar uma tomada de decisão quanto à transferência de Osório na ala psiquiátrica do Complexo Penitenciário da Papuda”.

Mãe de Bernardo desconhecia passado do ex-companheiro

Três anos depois de terminar cumprir a pena pelo assassinato da mãe, Osório fez concurso para o Metrô do Distrito Federal. Ele foi aprovado, inclusive na avaliação psicológica.

À polícia, a mãe de Bernardo,Tatiana da Silva, contou que só descobriu o passado do ex-companheiro depois do desaparecimento de Bernardo. Ao procurar informações na casa da 712 Sul, os vizinhos teriam falado sobre o histórico do morador.

G1

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