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DELAÇÃO DE CABRAL DEIXA MEMBROS DO PODER JUDICIÁRIO DO RIO SEM DORMIR

Cabral quer fazer delação premiada

A opção de Sérgio Cabral – ex-governador do Rio condenado a 197 anos de prisão – em fazer delação premiada e apontar nomes dentro do Ministério Público ligados a esquemas de corrupção, leva estresse inédito ao sistema judicial do Rio de Janeiro.

O advogado João Bernardo Kappen, o MPF (Ministério Publico Federal) e a Procuradoria-Geral da República iriam negociar os termos, mas outro escritório vai assumir o caso. Não foi a única baixa. O advogado Rodrigo Roca, que assumiu as ações em meados de 2017, resolveu também deixar o caso.

A reportagem do jornal O Globo destaca que o “filho de Cabral, Marco Antônio Cabral não respondeu aos contatos da reportagem para falar sobre as alterações na defesa.

Entre as promessas do ex-governador, estão revelações sobre corrupção no Poder Judiciário e entre ex-integrantes do alto escalão do Ministério Público do Estado do Rio — o ex-procurador-geral de Justiça Cláudio Lopes chegou a ser preso sob a acusação de receber uma mesada para proteger o ex-governador.”

Além desses nomes de efeito devastador para o Poder Judiciário, Cabral quer revelar outro lote de informações potencialmente explosivas:

“também está no cardápio a confissão sobre a compra de votos para a organização dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. O esquema já foi alvo do MPF na Operação Unfair Play — Cabral é réu no processo —, e a possível nova postura sobre os Jogos representaria uma mudança brusca em relação a outras declarações dele sobre o tema.”

A matéria do jornal O Globo ainda explica como a delação de Cabral pode se dar e com base técnica no quê ela foi concebida:

a possível delação representa uma nova alteração na estratégia de defesa de Cabral, cujas penas somadas na Lava-Jato já ultrapassam 197 anos.

No início, o ex-governador negava ter cometido qualquer crime; depois, passou a admitir que usou para fins pessoais recursos de caixa dois de campanhas eleitorais;

recentemente, decidiu ficar em silêncio nos depoimentos — na semana passada, uma audiência da Operação Ponto Final foi adiada após Cabral e outro réu informarem que não responderiam às perguntas.”

ATTUCH

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