Tempo - Tutiempo.net

Donata esposa de Nizan Guanaes comemora aniversário com negras vestidas de escravas

Ostentação

Uma festa que reuniu artistas e milionários na noite desta sexta-feira (8) em Salvador vem sendo acusada por internautas de racismo.

Trata-se da festa de aniversário de 50 anos da socialite Donata Meirelles, diretora da Vogue Brasil, realizada no Palácio da Aclamação.

Ela é casada com o publicitário Nizan Guanaes, que é baiano e participou da organização do evento. No fim da tarde deste sábado, Meirelles divulgou uma nota a título de explicação com um pedido de desculpas (leia abaixo).

Pelas fotos, a festa aparentava ter como tema o Brasil Colônia escravocrata.

Mulheres negras fantasiadas de mucama faziam a recepção dos convidados, que postaram fotos em suas redes sociais com a hashtag #doshow50.

As mulheres, vestidas de escravas, ficavam com abanadores ao lado de “tronos de sinhá” para que os convidados pudessem fazer o registro fotográfico.

“A branquitude ama vivenciar o ranço da escravidão, porque afinal de contas eles gostariam que não tivesse acabado mas, será que acabou?

Vivemos na tal escravidão moderna, onde nossas dores viram fantasias, decoração de festas pra beneficiar o mal gosto das sinhás e sinhores”, escreveu, em uma postagem nas redes sociais, a cantora negra Joyce Fernandes, conhecida como Preta Rara.

A jornalista baiana Rita Batista foi uma das primeiras a questionar o “tema” escolhido.

Já as escravas de casas ricas eram adornadas por seus próprios senhores.

Quando saíam para as ruas acompanhando suas senhoras ou crianças, eram exibidas em trajes finos e carregadas de joias.

A própria escrava era um objeto de ostentação do dono, um objeto de luxo a ser mostrado publicamente’.

Trecho do livro “Jóias de Crioula” de Laura Cunha e Thomas Milz. A primeira foto foi tirada entre 1870 e 1880 por Guilherme Gaensly, a segunda é de 2019 mesmo”.

No final da tarde de sábado, Meirelles divulgou uma nota a título de explicação:

Ontem comemorei meus 50 anos em Salvador, cidade de meu marido e que tanto amo. Não era uma festa temática.

Como era sexta-feira e a festa foi na Bahia, muitos convidados e o receptivo estavam de branco, como reza a tradição.

Mas vale também esclarecer: nas fotos publicadas, a cadeira não era uma cadeira de Sinhá, e sim de candomblé, e as roupas não eram de mucama, mas trajes de baiana de festa.

Ainda assim, se causamos uma impressão diferente dessa, peço desculpas.

OUTRAS NOTÍCIAS