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Duas mulheres são vítimas de golpe através de transferência via PIX em Salvador

Imagem: Cris Fraga/Estadão Conteúdo

Duas mulheres foram vítimas de um golpe através de transferência via PIX, em Salvador, e pediram ressarcimento do valor ao banco. No entanto, nada foi feito até a publicação desta reportagem.

A Polícia Civil disse que o caso de Ana Paula foi registrado na 9ª Delegacia Territorial e o caso de Rose Mary na 26ª. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) orientou que as vítimas retornem às delegacias e forneçam mais informações para instauração do inquérito.

O primeiro caso é o da autônoma, Ana Paula Nolasco, que mantém um bar no bairro da Boca do Rio. Ela perdeu R$ 21 mil da conta bancária. De acordo com a ela, criminosos entraram na conta e fizeram duas transferências pelo PIX simultaneamente.

“Esse negócio de PIX foi a maior loucura que já inventaram. Deu acesso para qualquer um entrar no seu CPF e movimentar sua conta. Tiraram de mim uma coisa que eu estava guardando e precisando usar e, do nada, em um estalar de dedos, saiu R$ 21 mil da minha conta. Sempre fui cautelosa nesse sentido de mexer com dinheiro, porque a gente sabe o dia de hoje e não sabe o de amanhã”, relatou Ana Paula.

Os extratos das transações bancárias mostram que o primeiro PIX, no valor de R$ 10 mil, foi feito no dia 20 de maio, às 20h01, para Anderson Cardozo da Silva. Dois minutos depois, a segunda transferência retirou mais R$ 11 mil da conta de Ana Paula para outra conta, no nome de Mikael Murilo Rodrigues.

A autônoma tentou contestar as transferências assim que recebeu as notificações, mas não conseguiu. Ela foi na delegacia, registrou um boletim de ocorrência e também foi na Caixa Econômica Federal, onde mantém a conta, para buscar uma solução.

“Ele disse para mim que, infelizmente, não pode fazer mais nada e que eu tenho que aguardar, porque o meu caso não é único. Mas como é que eu posso aguardar? Minhas contas estão aí… Como é que eu vou falar para o credor: ‘aguarde, porque estou com meu dinheiro preso na Caixa Econômica, porque fui roubada”, disse a mulher.

Já faz quase um mês Ana Paula sofreu o golpe e não teve resposta do banco. O valor seria utilizado para pagar fornecedores do bar. Alguns contratos, inclusive, já foram cancelados e a autônoma segue no prejuízo.

“Nunca vi [os homens que receberam as transferências]. Um diz que é de São Paulo e o outro diz que é daqui [da Bahia], de um outro banco. Eu tenho nome, CPF, mas não tenho acesso a esses homens, nunca nem vi. Eu jamais faria um PIX nesse valor”, comentou.

Quem também espera respostas da Caixa é a comerciante Rose Mary Teixeira, que perdeu R$ 44 mil em três transferências feitas pelo PIX. Ela conta que valor seria aplicado para quitar a compra de um imóvel. Rose Mary contou que o dinheiro é resultado das economias de 30 anos de trabalho e que, após o golpe, teve dificuldades de registrar a queixa na delegacia.

“Quando eu descobri as transformações, entrei em contato com a Caixa, mas o atendimento foi péssimo. Entrei em contato com minha agência, tentei falar com os gerentes da minha conta e a resposta que me deram é que a minha situação não era passiva de ressarcimento. Entrei em contato com o Banco Central, abri outra reclamação, e eles disseram que não houve ato ilícito nas transações”, explicou.

A Caixa Econômica Federal foi procurada pela reportagem para justificar a situação. Em nota, a instituição disse que os processos de contestações são analisados por uma equipe especializada, e que os referidos processos são sigilosos, repassados exclusivamente aos correntistas e autoridades policiais.

Disse ainda que bão foram identificados indícios de ação ilícita nos dois casos citados, após todos os procedimentos para a verificação das movimentações, e por isso os valores contestados não foram devolvidos.

TV Bahia

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