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JUSTIÇA CONDENA SEIS DA MÁFIA DOS SANGUESSUGAS EM SÃO PAULO

A Justiça Federal condenou seis acusados de participar do ramo paulista da “máfia dos sanguessugas” a penas de até 13 anos de prisão por considerar que eles desviaram R$ 2,5 milhões do Ministério da Saúde. Cabe recurso da decisão.

Entre os sentenciados estão dois ex-deputados federais e um vereador na cidade de Ribeirão Preto (SP). Dois deles são pastores da Igreja Universal do Reino de Deus

O esquema da “máfia dos sanguessugas” foi confessado por seus operadores, Darci José Vedoin, Luiz Antônio Vedoin e Ronildo Pereira Medeiros, que também são réus em outros Estados.

A partir de 2000, o grupo criminoso subornou congressistas e conseguiu recursos públicos por meio de emendas parlamentares ao orçamento federal. A outra ponta do esquema envolveu o repasse das verbas para empresas e entidades fantasmas que assinaram convênios com o Ministério da Saúde.

Em São Paulo, a parceira dos Vedoin foi com a entidade ABC (Associação Beneficente Cristã), ligada à Igreja Universal do Reino de Deus, segundo a decisão da 7ª Vara Criminal Federal.

A sentença aponta que “a ABC prestava, apenas, serviços comunitários, mensalmente, com a participação de membros da Igreja Universal do Reino de Deus. Ela não tinha capacidade para realizar serviços de saúde, com ambulâncias, médicos ou qualquer outro profissional da área de saúde”.

A Universal nega ter relações com a ABC.

A entidade assinou convênios com o Ministério da Saúde entre 2001 e 2004 para a compra de sete ambulâncias e equipamentos médicos. De acordo com a decisão judicial, os ex-deputados federais Marcos Roberto Abramo, pastor da Universal, e Wagner Amaral Salustiano aprovaram emendas para liberar verbas para os convênios com a ABC em São Paulo.

Depois do recebimento dos recursos públicos, a entidade deveria realizar licitações para a compra dos veículos.

Porém, o então dirigente da ABC Saulo Rodrigues da Silva, pastor da Universal e vereador em Ribeirão Preto, fraudou as concorrências, e a ABC contratou as empresas controladas pelos Vedoin, segundo a sentença.

Os Vedoin e Ronildo Medeiros foram condenados por corrupção ativa e estelionato e tiveram penas de 13 anos e cinco meses de prisão.

A Justiça considerou que os ex-congressistas Marcos Abramo e Wagner Salustiano cometeram o crime de corrupção passiva. As punições deles foram de oito anos e de seis anos e oito meses de reclusão, respectivamente.

A pena de Saulo Silva foi de quatro anos e dois meses de prisão, por estelionato.

Cada um dos condenados ainda deverá pagar R$ 500 mil para indenizar os cofres públicos. Cléia, mulher de Darci, foi absolvida.   

Fonte: FLÁVIO FERREIRA

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