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PF prende 11 policiais civis em ação contra tráfico de drogas no Ceará

PF PRENDE 11 POLICIAIS CIVIS

Polícia Federal prendeu 13 pessoas, sendo 11 policiais civis, nesta sexta-feira (27), durante a segunda fase da “Operação Vereda”, que investiga a participação de policiais em um esquema de comércio ilícito de anabolizantes e tráfico de drogas.

Outros quatro agentes públicos foram afastados das funções nesta fase da operação. Segundo a PF, o número de prisões pode aumentar, já que a operação segue em andamento.

Na primeira fase, deflagrada em dezembro de 2017, a PF cumpriu 62 mandados de prisão, afastamento e busca e apreensão.

Na ocasião, dois delegados investigados foram afastados da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD) e uma delegada foi transferida por decisão judicial.

Nesta sexta-feira, a Polícia Federal e a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) cumprem 16 mandados de prisão e dois de busca e apreensão contra agentes de segurança público. A PF prendeu 13 investigados, sendo 11 agentes da Polícia Civil do Ceará.

Delegada afastada Patrícia Bezerra teve a prisão decretada em operação que investiga um esquema de tráfico de drogas envolvendo policiais

A delegada afastada da divisão de combate ao tráfico de droga, Patrícia Bezerra, foi uma das pessoas que teve a prisão decretada.

O advogado de Patrícia, Leandro Vasques, afirmou que a cliente está de viagem para o interior do Ceará e deve ser entregar até o fim da tarde desta sexta-feira. O advogado classificou o pedido de prisão como “descabido”.

Patrícia Bezerra havia sido afastada na primeira fase da Operação Veredas.

“Ela [Patrícia Bezerra] se encontra bem distante da capital, no interior do estado. Eu solicitei que ela regressasse, obviamente ela não tinha como adivinhar que ia ter uma operação hoje.

Nosso intuito é que ela se apresente até o final da tarde mas, não obstante a isso, nós – da defesa dela – estamos tomando as medidas para revogar essa prisão que entendemos absolutamente descabida, desnecessária e exagerada. Enquanto ela se desloca, eu vou tentar reverter esse cenário”, afirmou Vasques ao G1.

Investigação

Os suspeitos são investigados por um suposto envolvimento em um esquema de tráfico de entorpecentes e anabolizantes na Delegacia de Narcóticos da Polícia Civil do Ceará.

Os crimes investigados pela PF são:
Falsificação
Corrupção passiva (solicitar ou receber vantagem);
Peculato (apropriação ilegal de recursos públicos);
Associação criminosa;
Tráfico de drogas.
Crimes contra a incolumidade pública.

Um total de 50 policiais federais cumprem os mandados em Fortaleza e Caucaia, na Região Metropolitana.

A execução das medidas conta ainda com a participação de policiais da Controladoria-Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD).

A Polícia Federal comunicou que a investigação teve início a partir de apuração sobre a comercialização ilegal de anabolizantes vindos da Europa.

Os investigadores identificaram a participação dos policiais civis em extorsões praticadas contra o principal investigado.

A PF informou também que a apuração revelou “fortes indícios de cometimento de outros crimes, a exemplo de desvios de apreensões de drogas”.

A Controladoria Geral de Disciplina informou que instaurou procedimentos administrativos contra os policiais envolvidos. Com isso os agentes podem ser demitidos por envolvimento nos crimes, conforme a CGD.
Operação Vereda

Na primeira fase, foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão, 25 mandados de condução coercitiva (quando o investigado é levado para depor) e 10 mandados de afastamento de funções, com recolhimento das armas e identidades funcionais.

Seis policiais investigados foram removidos para outras unidades da Polícia Civil para atuarem em funções administrativas. Na ocasião, seis pessoas – entre elas, dois policiais civis – foram presas em flagrante.

A operação foi batizada de Vereda em alusão ao livre arbítrio que levou os integrantes da quadrilha, à sombra da condição policial, para a prática de crimes diversos.

Valdir Almeida

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