A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados entregou, ontem (26), ao presidente Michel Temer um manifesto em que rechaça a ida do deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA) para a Secretaria de Governo e pede a manutenção do ministro interino, Carlos Henrique Sobral.
Sobral é um dos principais aliados do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que deixou o cargo em novembro do ano passado, pressionado por denúncias de tráfico de influência para liberação de um empreendimento de luxo em Salvador.
O manifesto foi entregue pela bancada do PMDB em dezembro do ano passado, logo após circular a informação de que o atual líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy, ocuparia o lugar de Geddel.
Informação do jornal O Estado de S.Paulo, a previsão é que o parlamentar tucano assuma o cargo logo após a eleição para presidência da Câmara, marcada para 2 de fevereiro.
Até o momento, Imbassahy evita se pronunciar sobre a nomeação. Ainda de acordo com a publicação, PSDB e PMDB travam uma queda de braço em relação aos cargos da pasta.
Os tucanos cobram do Palácio do Planalto o direito de indicar toda a estrutura da Secretaria.
O PMDB, entretanto, reagiu e quer garantir a permanência de aliados do partido no Ministério.
O manifesto que pede a permanência de Sobral foi assinado por “99%” dos 65 deputados do PMDB.
Peemedebistas justificam que a permanência do aliado de Geddel no cargo é “essencial” para que a sigla mantenha a influência da bancada sobre a Secretaria de Governo, responsável pela negociação com o Congresso Nacional e pelo cronograma de liberação de emendas parlamentares.
Segundo deputados do PMDB, o presidente Michel Temer se comprometeu a manter Sobral na chefia de gabinete. “Agora falar que vai acolher e acolher são duas coisas diferentes”, afirmou um peemedebista em reservado.
Os aliados de Temer começam a se desentenderem na busca do poder. A geleia está se dissolvendo.