Depois de três meses em “banho-maria”, vendo esvaziada a sua participação na máquina administrativa estadual, o PR baiano vislumbra agora o comando da Secretaria de Indústria e Comércio, posto a ser deixado por James Correia nos próximos dias.
O presidente estadual da sigla, deputado Jonga Bacelar (foto), afirmou ontem (7) que a pasta seria uma forma de o governador Rui Costa valorizar o partido, que o apoiou nas eleições estaduais de 2014.
O parlamentar rebateu ainda a declaração do secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes (PT), de que “não existiria a possibilidade de o PR ocupar o mesmo espaço da gestão passada”.
No governo Wagner, a legenda obteve de forma verticalizada a Secretaria de Turismo do Estado, a presidência da Companhia de Desenvolvimento Urbano (Conder), além de duas diretorias do órgão.
“Eu acredito piamente na palavra do homem e da política e o secretário Josias Gomes disse textualmente que assim que houvesse um espaço, o PR poderia substituir”, frisou.
Bacelar informou que o anseio pela pasta já foi pauta de uma conversa entre ele e os demais deputados do partido. “Oficialmente pleiteamos a Secretaria de Indústria e Comércio, já que o secretário James Correia, que tem tantos serviços prestados ao estado, trazendo grandes investimentos e sendo o melhor secretário do governo Wagner, por questões pessoais, deixará o cargo”, justificou.
Jonga Bacelar disse que ainda não teve uma oportunidade de tratar sobre o assunto com o governador. Eles se encontraram durante a reunião do gestor com a bancada federal, na última segunda-feira, mas na pauta não entrou as participações dos partidos, mas, a situação do estado e as demandas para que os deputados auxiliem o Executivo.
O dirigente não citou os possíveis candidatos para a Secretaria, caso o governador acate o pedido. “Temos excelentes quadros com perfis de competência que podem assumir o cargo”, disse.
Bacelar voltou a cobrar a consideração por parte do chefe do Poder Executivo baiano.
“O PR tinha espaço no governo do estado e quer ter igual ou maior ao que tivemos na administração do ex-governador Jaques Wagner (PT). Lembramos até que em 2010 não votamos em Wagner, mas em Geddel (Vieira Lima – PMDB) e depois tivemos a Secretaria de Turismo e a presidência e diretorias da Conder. Com Rui, participamos efetivamente de sua campanha, desde o inicio, aumentando o número de votos. Com isso queremos e exigimos o reconhecimento do governo”.
A participação na gestão estadual foi assunto de um encontro entre o presidente do partido e o atual ministro da Defesa, Jaques Wagner.
“O ministro, de forma afável, perguntou e eu disse que não tinha sido resolvido nada. Ele está com uma agenda bastante atribulada, com muitas reuniões, sendo procurado também para conselhos políticos, mas mostrou preocupação e me indicou que espera que o governo cumpra com os compromissos de campanha”, relatou.
Nos bastidores, foi cogitado que estaria prestes a ser anunciada a integração do Partido da República a outros espaços, sendo cotadas quatro diretorias: uma na (Conder), duas na Embasa e uma na antiga na Cerb. Mas, o deputado refutou. “Desconheço essa informação”, disse, em tom taxativo, ontem.
É certo que nos próximos dias o assunto deva entrar na ordem do dia na mesa do governador, que ainda articula, com a ajuda de Josias, o que resta do segundo e do terceiro escalão.
A divisão ainda gera muita especulação nos bastidores, já que deputados estaduais e federais cobram a sua fatia do bolo. Bacelar disse que vai solicitar uma audiência para conversar com o gestor.
Fonte: Lilian Machado
