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Queda do chapão irrita aliados de José Ronaldo

Deputado Marcell Mores

“Se o PSC não tem condições de cumprir com a palavra, nós não temos interesse nenhum de marchamos juntos nas eleições”, disparou Marcell Moraes

PSDB ameça retirar apoio ao irmão Lázaro após descumprimento de acordo pelo PSC

Os rumores de que o PSC haveria recuado no acordo de participar do chapão para a eleição de deputados estaduais tem irritado os membros da base da atual oposição e pode resultar na formação de uma nova composição para o próximo pleito.

Surpreso com a decisão, o deputado estadual Marcell Moraes (PSDB) ameaçou retirar o apoio ao canditado irmão Lázaro (PSC) ao senado caso o partido evangélico permaneça com a postura contrária ao acordo inicial.

“O PSDB vai se reunir e caso o PSC permaneça com essa intransigência vamos retirar o apoio total à Lázaro e lutar para removê-lo da chapa. O bem mais importante na vida do homem é a sua palavra. Se o PSC não tem condições de cumprir com a palavra, nós não temos interesse nenhum de marchamos juntos nas eleições”, declarou Moraes.

Além do PSDB, a bancada do candidatos do DEM também avalia a retirada do apoio ao irmão Lázaro para o Senado. Caso o cenário seja mantido, os tucanos devem sair de forma isolada nas eleições para o legislativo baiano.

O “golpe” que o PSC deu no grupo do candidato a governador José Ronaldo (DEM), formando uma coligação com o PTB, o Solidariedade, dois partidos também da base do prefeito ACM Neto, e mais o PPL, para disputar as vagas da Assembleia Legislativa, quando o combinado era integrar uma chapão com todas as siglas oposicionistas que dão apoio ao democrata, pode levar todos os deputados estaduais do DEM e mais os candidatos mais fortes da sigla a desistirem de participar das eleições.

A renúncia coletiva, considerada uma medida extrema pelos próprios parlamentares, levaria a uma espécie de implosão da candidatura do próprio José Ronaldo, acusado pelos deputados democratas de não se movimentar, apesar dos sinais de que sua base estava se esvaindo terem ficado claros desde o final de semana.

Ronaldo foi um dos maiores defensores da aliança com o PSC e da candidatura ao Senado do deputado federal Irmão Lázaro, do partido, que era inicialmente rejeitada pelo PSDB, alegando que era eleitoralmente fundamental.

Depois de muita negociação, o DEM e os tucanos chegaram a uma acordo com o deputado-cantor pelo qual a legenda integraria o chapão e declararia apoio ao candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.

Dois dias depois da convenção em que todos anunciaram a unidade, no entanto, o acordo foi rompido pelo PSC, que ainda puxou dois partidos da base para o seu lado – o PTB e o Solidariedade. Para completar, Irmão Lázaro declarou apoio ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

Confiaram em Lázaro por que quiseram. Mas o histórico do deputado após a eleição para a Câmara Federal é de cumprir acordos firmados durante a campanha.

O fato se repetiu antes mesmo das eleições e o candidato do DEM  ao Governo do Estado fica cada vez mais distante de obter o sucesso almejado.

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