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A CPI da Cesta Básica identifica que ambos os lados residem no mesmo ninho de abutres/por Carlos Lima

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A CPI da Cesta Básica instaurada pelo Legislativo feirense, trazia a esperança que  desta vez os vereadores atual  legislatura iniciavam o resgate da autonomia política, rompendo uma subserviência vergonhosa, ao Executivo, que se mantinha no poder Legislativo há mais d 20 anos.

Entretanto, a falta de formação política e cultural, tão normal na maioria dos eleitos em Feira de Santana, contribui para um desempenho que desnuda a incompetência e consagra o lado venal.

Nas manifestações iniciais o vereador Paulão ameaçou denunciar e entregar ao Ministério Público Estadual provas das irregularidades políticas na campanha eleitoral de Colbert Filho com a distribuição de Cestas básicas, inclusive declarou possuir  20 CDs com gravações que confirmavam a ação da Secretaria de Desenvolvimento Social distribuindo cestas básica com insinuação de troca por votos.

Disse ainda: “Eu não vendi nem distribui cesta básica nem leite para me eleger”.

O prefeito como se estivesse ainda em campanha mandou um recado em vídeo de pouco mais de 1 minuto, para os vereadores que instalaram a CPI da Cesta Básica:

“Não sou de ceder a nenhum tipo de intimidação, ameaça ou pressão para satisfazer interesses pessoais de quem quer que seja. Para mim estão sempre em primeiro lugar os interesses coletivos”.

“Estou com a consciência absolutamente tranquila de que tenho essa responsabilidade, e para cumprir esse objetivo preciso enfrentar desafios administrativos e políticos que fazem parte do dia a dia de todo prefeito. Não tenho medo nenhum desses desafios”, Desafiou.

O presidente da Câmara, vereador Fernando Torres, usou a tribuna da Casa e afirmou não temer qualquer tipo de ameaça e “se alguém acha que não haverá resultado, está equivocado, vamos apurar, sim, as supostas ilegalidades denunciadas”.

O vereador Paulão deu origem na Câmara às denuncias que provocaram a instalação da CPI. Foi o primeiro a ser ouvido. Seu depoimento ficou a desejar, nada de concreto, ficou boiando na superfície.

O presidente do Legislativo, cumprimentou o presidente da CPI, vereador Emerson Marinho (DC), a relatora Eremita Mota (PSDB) , O Vice-Presidente Sílvio Dias (PT), e o membro, Paulão do Caldeirão (PSC) e recomendou maior rigor  das regras que norteiam os procedimentos da CPI.

Mesmo assim alguns equívocos foram cometidos, Falta de objetividade nas perguntas formuladas, desconhecimento de fatos que produziram as denúncias, envolvimento com depoentes no próprio plenário e incapacidade para desenvolver os trabalhos, entre outros atos grotescos.

Não existia motivo para tanto, uma vez que o próprio deputado poderia ser convocado pela CPI. Se ele é autor de um processo na Justiça eleitoral por motivos similares, seu depoimento é de relevância para coletar informações e possíveis provas.

Com certeza os subservientes foram orientados para transformar a visita em perda de neutralidade e parcialidade partidária.

A visita do deputado federal Zé Neto à Comissão da CPI, quando em sessão, provocou um alvoroço na bancada subserviente. Pintos no lixo pela primeira vez.

Quando na realidade ele poderia ser convocado a depor, uma vez que fez gerou o início de processo contra a prática de atos ilegais na campanha eleitoral de Colbert Martins. Na Justiça eleitoral. Seria mais uma fonte de informações.

A falta de habilidade e conhecimento para organizar e desenvolver uma CPI foi à tônica mais acentuada dessa Comissão Parlamentar de Inquérito.

De posse sessas informações é evidente que o prefeito manipulou as peças no seu tabuleiro de xadrez e montou o cheque mate.

Os vereadores de sua base, os subservientes, foram mobilizados e  impetraram o pedido de liminar, são eles: vereadores Lulinha (DEM), Pedro Américo (DEM), Pastor Valdemir (PV), Fabiano da Van (MDB) e Correia Zezito (Patriota), entendendo a CPI como ilegal e abusiva.

Pouca inteligência. A CPI, fatalmente, como estava sendo conduzida não chegaria a lugar nenhum, o próprio vereador Paulão do Caldeirão, o timoneiro, fazia parte da Comissão, desistiu de participar e saiu de forma abrupta.

O descrédito e a desconfiança tomou forma. As suspeitas de armação ou chantagem virou a ordem do dia. Era o começo do fim.

No entanto o prefeito iluminou a desconfiança de que ambos vivem no mesmo ninho de abutres.

Carlos Lima

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