Em termos de eleição, ao que parece, o que a Câmara acerta em pé em uma votação não sustenta, sentado, na outra. Só assim, para entender o vai e vem na decisão de permitir e impedir reeleições.
E isto é lamentável porque uma instituição como a Casa da Cidadania não pode ficar exposta ao jogo do interesse de A ou B.
Ela precisa ter uma normatização eleitoral e cumprir e não ficar aceitando manipulações ao sabor do momento, ou do jogo político.
Pior ainda quando a mudança traz a possibilidade de ocupação infinita do cargo.
A reeleição é o ovo da serpente para criação de vícios, sinecuras, e utilização indevida do cargo.
Apenas a rotatividade eleitoral protege o cidadão, evita a cristalização de espaços e o loteamento sem freio do poder. Ela pode ser favorável a quem propõe, mas jamais o é, ao povo.
A Sociedade precisa compreender isto e exigir que este mecanismo de ocupação indefinida do cargo não seja permitido.
A rotatividade evita a criação de senhores feudais – como aconteceu na Assembléia Legislativa-, equilibra o poder, permite a alternância de pautas e modelos administrativos e ainda contribui para a formação e renovação de líderes, que são tão necessários a Feira atual.
Esperamos que o senso comum dos malefícios da reeleição prevaleça e que os vereadores tenham a sensatez de não colocarem para chocar o ovo da serpente.
César Oliveira – publicado na Tribuna Feirense