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Comunidade quilombola do Candeal em Feira de Santana festeja identidade negra

Eu sou negra

Valorização da identidade racial, busca dos traços  culturais, combate ao racismo e busca da consciência social.

A IV Semana da Igualdade Racial do Candeal e a III Festa da Cultura, que começaram no dia 22 e foram encerradas no domingo, 26, teve como objetivo levar as pessoas de origem negra a refletir sobre a problemática.

“É a valorizar a raça”, diz a coordenadora do evento, Daiane Pereira. “Candeal (localizado no distrito da Matinha) é uma comunidade Quilombola reconhecida em 2016 pela Fundação Palmares”, explica.

Ela afirma, ainda, que a presença de pessoas de idade avançada na festa é sinal que os negros estão se assumindo.

A transformação, diz, deve ser começar pela base – mesmo que a presença dos idosos seja considerada um importante passo à frente. “Foi feito um trabalho de fortalecimento das tradições, como capoeira, samba de roda.

De conscientização sobre o que é ser negro”, destaca Daiane.

A programação foi intensa e com a aplicação de iniciativas focadas na conscientização e valorização dos negros. E com a participação da comunidade do povoado e de povoados vizinhos.

A Prefeitura de Feira de Santana apoiou o evento.

Em estandes foram apresentados artesanatos produzidos na comunidade, como panos de pratos, comidas típicas, utensílios usados na lida diária, ervas medicinais e ‘fubuias’, desfiles de trabalhadores de todas as idades. Detalhe: o uso do turbante.

Matilde da Fonseca é ‘turbanteira’ há alguns anos. Para ela, o tecido enrolado na cabeça é uma forma de identidade cultural.

Da oficina de confecção do objeto fruto de desejo das mulheres da comunidade. “Todas ficam lindas”, comemora.

A dona de casa Janete Santana diz se identificar com o turbante, e que coloca a peça colorida sempre que vai à cidade ou a outro povoado.

“O turbante é uma referência. É como dizer para todos que sou negra”, acentua.

Secom

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