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Continua impune o maior rombo financeiro na saúde feirense/por Carlos Lima

Operação Pityocampa em Feira de Santana

A impunidade em nosso país existe como se fosse ato constitucional.

O exemplo que deve ser mencionado é o que ocorreu em Feira de Santana.

Trata-se da Operação Pityocampa, deflagrada contra a Cooperativa de Trabalho Ltda, de mão-de-obra na área de saúde, que provocou um desvio de recursos, que ultrapassa 200 milhões de reais.

A operação na fase inicial ocorreu no dia 18 de dezembro de 2018, no entanto já vinha sendo investigada desde 2017, através do acompanhamento das  ações da Coofsaude desde 2009 em processos licitatórios.

O fato, no primeiro momento, provocou a prisão de 11 investigados. Todos da iniciativa privada.

Segundo informações dos órgãos que realizavam as investigações, os agentes públicos envolvidos faziam parte da segunda fase da operação.

Até o momento  essa fase não foi  iniciada e nenhuma informação sobre a continuidade da operação, que possibilite punição desses agentes públicos envolvidos e facilitadores partícipes, do roubo ocorrido na verba destinada à saúde do município.

O setor privado da Coofsaude  está respondendo de forma lenta e pouco continuada. Mas os agentes públicos envolvidos continuam exercendo suas funções como se nada tivesse ocorrido.

Não se pode acreditar que nenhum deles não tenha tido conhecimento do que acontecia,  principalmente os dirigentes da Secretaria e Saúde do município, do setor de licitações e o próprio executivo.

Desvio de recursos dessa magnitude, no mínimo, não pode ocorrer sem a conivência e participação e de todos com poderes decisórios no setor.

O ganho constante no processo de licitação não foi casual e não passaria despercebido se responsáveis pela área de saúde não tivessem envolvidos.

O controle da prestação de serviço da cooperativa no fornecimento de profissionais de saúde deliberadamente não era fiscalizado, a cooperativa apresenta as despesas e a secretaria pagava sem nenhum questionamento.

A Coofsaude  recebeu recursos por serviços não prestados, superfaturou e distribuiu benesses.

OS agentes públicos e prováveis implicados da Secretaria de Saúde não sofreram até o presente nenhuma ação punitiva e investigativa.

Esses resultados comprovam a permanência da impunidade, e a justiça mantém uma iniquidade em favor da classe política e de seus lacaios.

A investigação anda a passos de tartaruga, recentemente ouvimos rumores de que algo de novo está para acontecer.

Seria o reinício do desdobramento da fase II da operação Pityocampa, voltada prioritariamente para a classe política.

Inclusive com a suspeita de que parte desses recursos financeiros desviados financiaram campanhas políticas.

Se realmente o fato vir a público, muitas surpresas desagradáveis estarão conturbando o processo eleitoral desse ano, gerando modificações inesperadas nos seus resultados.

O prefeito Colbert Martins em uma atitude que levanta dúvidas aconselhou sua bancada na Câmara Municipal  não aprovar um pedido de CPI para investigar o milionário desvio de recursos da saúde em Feira de Santana. Quem não deve não teme.

As eleições se aproximam e tudo continua como Dantes no quartel de Abrantes.

Carlos Lima

 

 

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