As campanhas eleitorais nos ensinam a perceber e conhecer os valores pessoais da maioria dos políticos.
Em Feira de Santana nas eleições municipais deste ano, foi possível enxergar a profundidade do caráter, do jogo sujo, subserviência e comportamento pulha, quando se trata de conquistar o poder.
Falso poder por ser dividido, manipulado pelo seu líder, o ex-prefeito José Ronaldo.
O qual deixa seu pupilo nas mesmas condições de liderado, mantendo nos bastidores um poder de cogestão indelével.
A não ser que o pupilo se rebele. O resultado desse ato não lhe será favorável. O exemplo tem nome. Tarcísio Pimenta.
Primeiro exemplo.
José Ronaldo já anunciou que o seu candidato ao governo do Estado, em 2022, será ACM Neto, do seu partido DEM.
Seu pupilo é do MDB. Se essa sigla partidária resolver um candidato, qual será sua posição?
O indicativo de uma gestão dividida já se faz presente.
O vereador Lulinha (DEM), fiel escudeiro de José Ronaldo não conseguiu se reeleger, ficando na primeira suplência.
Ronaldo já determinou que assegurado a Lulinha o seu retorno à Câmara Municipal. O pupilo disse: Sim Senhor!
O fato será concretizado depois do dia primeiro de janeiro de 2021.
O tabuleiro para essa primeira investida de manipulação está construído: a vereadora Gerusa Sampaio será nomeada secretária de Desenvolvimento Social, o secretário atual Pablo relocado para a Secretaria de Prevenção à Violência e Promoção dos Direitos Humanos, e a vaga no Legislativo estará aberta para o retorno do seu Cão de Guarda.
Tudo continuará como: Dantes no quartel de Abrantes.
Já o comando administrativo na Câmara não sofrerá mudanças pontuais, o presidente atual tem 80% de possibilidades de ser reconduzido nas eleições de 1 de janeiro.
Ele é do grupo de José Ronaldo, que não deseja perder a presidência da Casa e já confirmou que retornará a um cargo eletivo.
Nada mudou nem vai mudar. Os mesmos continuam fatiando o poder na proporcionalidade da capilaridade eleitoral e na subserviência de cada um. José Ronaldo define as porções fatiadas.
Não é uma questão de dúvidas, é simplesmente aguardar de que forma, quem, quantos e onde.
Não se pode menosprezar a façanha política de reeleger um candidato à prefeitura de Feira de Santana, sendo ele possuidor do maior índice de rejeição, conseguindo reverter uma derrota no primeiro turno.
Embora atos e atitudes tenham ferido a legislação eleitoral e a justiça possua procedimento letárgico, quando resolve agir.
No entanto fica um rastro de esperança, o crescimento dos descontentes provocou uma avalanche de votos. Confirmaram, estamos aqui e vamos continuar.
As eleições também nos mostraram as diferenças e as mesmices… Embora num panorama diferente de todos que já vivemos.
Avançamos. Não o suficiente para iniciarmos as mudanças que são necessárias e vitais para o desenvolvimento social e econômico do nosso povo.
Lamentamos que as desigualdades e a garantia de direitos continuem, após vinte anos, se arrastando sem soluções.
Ficou a certeza e o exemplo de que o valor e caráter de um político estão muito além dos seus discursos, da roupa que ele veste, das promessas que faz.
Citando o poeta Fernando Pessoa, podemos dizer: “é preciso não buscar na aparência aquilo que só uma alma nobre pode oferecer”.
Essa nobreza não existe no prefeito reeleito.
Meu caríssimo eleitor, nunca esqueça de que a reputação pode ser construída em um momento e o caráter é edificado em uma vida inteira. Aprenda lapidar os seus erros. Todos nós temos direitos a vida, educação, moradia, saúde e uma distribuição de renda mais humana.
Você não poder ser aquilo que ninguém vê, a não ser nos períodos eleitorais, portanto faça o que tiver que fazer.
Carlos Lima