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E agora Colbert: 8.400 funcionários na educação e desproporcionalidade entre matrículas x funcionários

COLBERT VISITA ESCOLA

Reportagem do jornal A TARDE e comentário do CLJORNAL. Com um dos piores índices na educação entre os dez maiores municípios da Bahia, Feira de Santana, apresenta mais um dado estarrecedor no setor.

A cidade conta com 206 escolas municipais (83 na zona rural e 123 na zona urbana) e, conforme dados obtidos pelo A TARDE, os números demonstram exageros na quantidade de funcionários.

Em meio a inúmeras denúncias, Marcelo Neves deixou o cargo de secretário da pasta no município.

De acordo com informações disponíveis no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no Catálogo de Escolas, em 86 instituições constata-se a quantidade de matrículas, turnos de funcionamento, número de salas de aula, bem como o número de docentes e funcionários.

Já as outras 120 escolas restantes aparecem sem Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) ou sem o cadastro no Censo da Educação, conforme informações do próprio site.

Chama a atenção o número de funcionários das escolas municipais: 8.400. A quantidade apresenta, levando em conta dados das 86 unidades, desproporcionalidade entre matrículas x funcionários.

Com base nos dados do Inep, de 2019, podemos citar, por exemplo, números das seguintes escolas:

1. ESCOLA MUNICIPAL PROFESSOR JOSE RAIMUNDO PEREIRA DE AZEVEDO, que possui 789 alunos, 51 professores e 268 funcionários

2. ESCOLA MUNICIPAL PARQUE BRASIL, que possui 532 alunos, 24 professores e 221 funcionários

3. ESCOLA MUNICIPAL MARIA DA GLORIA CARVALHO BAHIA, que possui 137 alunos, 9 professores e 88 funcionários

4. ESCOLA MUNICIPAL DOUTOR CLOVIS RAMOS LIMA, que possui 375 alunos, 21 professores e 146 funcionários

5. ESCOLA CHICO MENDES, que possui 662 alunos, 43 professores e 228 funcionários

Proporção

Considerando também dados obtidos das 86 escolas, a proporção é de 3,9 alunos para cada funcionário. Ao analisar algumas destas escolas, de forma individual, verifica-se aproximadamente 2 funcionários para cada aluno, como demonstrado a lista acima.

Comparando o número de funcionários das escolas municipais, observa-se que Feira de Santana possui 46.090 alunos matriculados na rede estadual, com um total de 860 funcionários, de acordo com informações obtidas no Núcleo Territorial de Educação (NTE).

Em 2017, o município obteve 4,4 no Ideb, valor que não atingiu a meta de 4,5, o que deixou a educação da cidade muito abaixo da média, que é de 6,0.

Negociação com a APLB

No último dia 26 de agosto, a atual gestão teria chamado a APLB/Feira e a categoria para uma negociação.

Uma proposta foi entregue para a associação, que prontamente respondeu, por intermédio de documento protocolado na própria Secretaria de Educação e na Procuradoria do Município.

A prefeitura entregou outro documento em audiência, propondo a devolução dos salários e a suspensão dos cortes que foi levado para apreciação da categoria.

A APLB/Feira deve procurar na próxima terça-feira, 8, buscar o documento, como foi prometido em reunião na Procuradoria, que fala sobre a data com o cronograma da devolução dos salários dos professores da Rede Municipal.

A TARDE

Vamos iniciar com uma pergunta: Onde estão esses funcionários?

Nas escolas não cabem e em algumas existe falta de merendeiras, agentes de portaria e serviços gerais.

Essa situação na educação de Feira de Santana se torna mais um escândalo de uma administração de duas décadas no poder.

Não resta dúvida de que sua permanência se estrutura em prováveis atos de corrupção, manipulando os recursos que devem ser aplicados na rede municipal de educação, fazendo com que expanda a desconfiança para outros setores, como a saúde, confirmada pela Operação Pityocampa.

Fica a dúvida em relação aos motivos que fizeram o secretário de Educação entregar o cargo. Ao tomar conhecimento da situação e não poder solucionar, saiu para não ser responsabilizado?

O fato vem acontecendo a muito temo, inclusive denuncias também foram realizadas há tempos atrás sobre compra e distribuição da merenda escolar.

Qual a explicação do gestor?

CLJORNAL.

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