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Legislativo feirense ainda não superou a defesa de interesses pessoais/por Carlos Lima

Fernando Torres e Hérc ules - foto internet

Alguém equilibrado emocionalmente é aquele que experimenta a emoção apropriada para a situação que está passando”, é o que afirma Roberto Banaco, reconhecido doutor em psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), membro da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental.

Pode ser estranho o início dessa matéria, mas como os fatos que deram origem vem de interpretações emotivas e até mesmo intempestivas, quero deixar o seu propósito distante de conotações pessoais, são efetivamente ligados à ciência política.

Ouvindo uma gravação telefônica, amplamente divulgada nas redes sociais entre o vereador Fernando Torres, presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana e o advogado Hércules Oliveira, fica extremamente compreensível porque o ex-prefeito José Ronaldo não consegue perder a hegemonia política no município.

O que ouvimos foram reações verbais que não justificam a perca do controle emocional de um ser politizado, que tenha a responsabilidade de representar o povo e um Poder.

Para ser um líder político é preciso atingir o insubstituível equilíbrio emocional, como sugere a expressão: É preciso ser duro, mas sem perder a ternura, jamais… (o autor é desconhecido, mesmo alguns afirmando ser de Che Guevara)

Acredita-se que a maturidade propicie uma atmosfera de paz interior e sabedoria. Nem sempre a premissa é verdadeira. Muitos políticos se deixam levar pela prepotência, pela certeza da impunidade, e com isso se fragmenta politicamente não conseguindo alcançar objetivos maiores.

Acerta uma e erra trezentas em precipitados posicionamentos. Ao invés de juntar para construir, escolhe ciscar para dizer que o terreno é seu e impor vontades.

Vale considerar que o desequilibrado emocionalmente não constrói lideranças nem políticos respeitados. Refletem o despreparo, a insensatez, estupidez das ações e fuga irrecuperável da confiança e capacidade que possa ter na difícil tarefa de superar os problemas que são gerados na administração de um município, em todas suas áreas, principalmente na visão de encontrar o verdadeiro caminho para ampliar a qualidade de vida do povo.

O presidente do Legislativo feirense teve um início promissor, começava a se diferenciar de forma positiva, da gestão anterior.

Mais que de repente, perde o equilíbrio em um telefonema desastroso, que circula nas redes sociais e, também, em pronunciamento improvisado na tribuna da Casa.

A maturidade política se diluiu em reações fúteis e despropositadas para quem representa o Poder Legislativo do município.

Sabemos que sair do prumo, perder o equilíbrio, se descontrolar são reações que podem ser encaradas com certa normalidade. Mas, quando uma circunstância negativa aparece, é fundamental assumir a racionalidade, o lado animal deve ser controlado, você não é a emoção que sente, aquele é um momento que exige sabedoria, você é um ser racional.

Principalmente quando você possui condições e representa muito mais do que a si mesmo.

Fica agora o receio de que as mudanças provocadas na última eleição no legislativo feirense, mais uma vez não o tenha impermeabilizado das incompetências, suspeições, defesa de interesses pessoais e abandono conveniente das necessidades coletivas.

Carlos Lima

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