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O povo que se sente (se houver lugar) e que espere!

Em uma cidade do porte de Feira de Santana, que hoje tem aproximadamente 700.000 habitantes de acordo com o IBGE, com mais de 170 mil carros e 48.929 motos e onde não há transporte público eficiente, foge à coerência tamanha fiscalização e apreensão de transportes clandestinos, como é o caso dos famosos “ligeirinhos”.

Se qualquer cidadão se propuser a deixar seu carro próprio em casa e optar por ônibus coletivos ou Vans regulamentadas pela Secretaria de Transporte e Trânsito (SMT), coordenada por Ebenezer Tuy , rapidamente desistirá da empreitada e no dia seguinte usará seu próprio meio de locomoção.

A imprensa registrou casos de vereadores que se arriscaram a pegar ônibus em 2013 para chamar a atenção para o problema do sistema caótico de transportes. Resta saber se o parlamentar que teve a bela iniciativa continua a fazer seus trajetos nos ônibus do SIT, saindo do Terminal Central em horários de pico, onde a disputa por lugares em pé (leia-se) dentro do veículo desafia as leis de Newton e todas as demais leis da física e da humanidade. Quem sabe em breve algum passageiro possa se supreender ao ver o prefeito ou algum vereador correndo desesperadamente para conseguir entrar em um ônibus no terminal?

 

 

Utopias à parte, um município que não investe em melhorias e em planejamento urbano, que sequer possui um plano diretor que funcione, onde se vende carros e motos como “farinha no nordeste” e não têm condições de absorver a frota que recebe de veículos da cidade e das regiões próximas, essa é Feira de Santana.

Não se deve ignorar que Feira é a segunda maior cidade do estado e se destaca como maior entroncamento rodoviário do Norte/Nordeste e recebe milhares de visitantes em suas rodovias, como polo logístico chega a abrigar indústrias de médio e grande porte através do CIS – Centro Industrial Subaé

Estamos acostumados com a dinâmica de falso “crescimento” econômico que determina que as classes mais abastadas possuam veículo próprio. O que muitos não sabem, é que nos países desenvolvidos, principalmente no continente Europeu, os ricos utilizam o transporte público diariamente, pois os bondes, ônibus e metrôs superam e muito em qualidade e funcionalidade ao que é oferecido no aqui.

Em contrapartida, o executivo promete melhorias, projeta o BRT, promove Blitz incessantes no trânsito, apreende veículos, promete, promete e promete… E o povo? Ah! O povo que se sente (se houver lugar e cobertura nos pontos de ônibus) e espere.

 

Fonte: Texto: Alana Nascimento / Fotos: Web Divulgação

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