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Prefeito reeleito de Feira de Santana: “Farinha pouca meu pirão primeiro”/Por Carlos Lima

Colbert e Ronaldo

A omissão do prefeito Colbert Filho em relação pandemia vem ocorrendo há muito tempo. No entanto se acentuou nos primeiros sinais da segunda onda do Covid-19 em Feira de Santana, no início do mês de novembro do ano passado.

A partir desse mês eleitoral o número de infectados iniciou uma espiral crescente, propositalmente menosprezada diante dos interesses políticos do alcaide que trabalhou com um único objetivo, se reeleger, não importando o custo.

Desprezou qualquer ação preventiva. Ao ser declarado vencedor do pleito eleitoral promoveu aglomerações comemorativas na Avenida Getúlio Vargas até altas horas da noite.

Para retribuir o apoio dos empresários manteve o comércio funcionando em horários proibitivos durante o mês de dezembro, beneficiando comerciantes na tentativa de impulsar as vendas e ampliar os lucros durante os festejos natalinos.

Segundo comentários de pessoas envolvidas nas ações de identificação do vírus, o governo municipal, reduziu e dificultou, mais ainda, a realização de testes do Covid-19 nesse período.

No dia 4 de janeiro, segunda-feira, tentou amenizar as críticas publicando ato proibindo a realização de qualquer Show, música ao vivo, festas e transmissão de jogos de futebol em bares, restaurantes, lanchonetes e similares.

Uma vez mais deixou o comércio de fora, setor que promove, no momento, maiores aglomerações na cidade.

Segundo o prefeito, a decisão é necessidade de atualização normativa tendo em vista os resultados estatísticos diários da capacidade de multiplicação do vírus, levando os sistemas de saúde a receber uma demanda muito acima da capacidade de atendimento adequado.

Submisso ao setor empresarial, o prefeito ignora esse forte vetor de contaminação e ainda edita medidas punitivas para os setores mais frágeis como: interdição, suspensão e posterior cassação do alvará de funcionamento.

O feirense vive a expectativa de que o prefeito reeleito declare que Feira de Santana não vive a segunda onda do Covid-19, ignorando os alertas de hospitais e autoridades sobre aumento do número de infectados e internações no município.

 A estratégia adotada pela Secretaria de Saúde na divulgação diária do boletim sobre a pandemia utiliza mensagem subliminar de convencimento que o controle da pandemia no município é eficiente.

“Feira de Santana supera a marca de 18 mil recuperados da Covid-19.”

Abertura da reportagem:

“Feira de Santana supera a marca de 18 mil recuperados da Covid-19. Até agora, são exatamente 18.092 pacientes livres da doença, índice que representa 88% dos casos confirmados. ”

Pergunta-se, onde esses “pacientes foram internados”. A grande maioria não passou por nenhum hospital e a secretaria de Saúde não os acompanhou, conheço dezenas e dezenas que cumpriram quarentena em casa e não receberam nenhuma visita de prepostos dos órgãos municipais de saúde.

Pacientes de quem?

Na quinta-feira (5) foram comunicados 6 (seis) óbitos de dias anteriores.

Será que 360 mortes contabilizadas até o dia 5, em Feira de Santana, é pouco?

Não resta dúvida de que o prefeito segue fielmente o dito popular: “Farinha pouca, meu pirão primeiro”.

Carlos Lima

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