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Um legislativo que envergonha o seu povo/por Carlos Lima

O espetáculo deprimente que vem sendo proporcionado, nessa legislatura que chega ao final, por número considerável de vereadores da Câmara Municipal de Feira de Santana, torna-se uma das razões pelas quais a reeleição não deve ser superior aos 10% dos 21 legisladores.

Muito embora o feirense sempre reelegesse entre 50 e 60% dos edis, não será normal que diante do quadro atual esse fato possa se repetir.

A representação que o feirense recebe do legislativo é deprimente, usando um termo mais popular, chinfrim. Não será o suficiente para uma conscientização de que o município e o povo merece coisa melhor?

Não enxergo razoabilidade na possibilidade de pessoas probas, que pensam no futuro do município e na melhoria da qualidade de vida da população, não sintam repulsa daqueles que atualmente os representam, e pensem na possibilidade de reelegê-los.

No entanto, tudo pode acontecer.

O poder econômico faz milagres no uso da corrupção. Não será impossível que a formação do quadro de legisladores na corrida pelo ‘poder’ assumam tal postura. Uma prática corriqueira em todo o país.

Se analisarmos que os vereadores Justiniano França e Pablo Roberto (DEM), além de Roberto Tourinho (PSB), não serem candidatos à reeleição, fica mais fácil reeleger apenas 10% dos 18 restantes.

Na eleição desse ano tem início uma das principais mudanças instituídas pela reforma eleitoral promulgada pelo Congresso Nacional em outubro de 2017 (Proposta de Emenda à Constituição 33/2017).

O fim das coligações nas eleições para vereadores e deputados, que entrou em vigor este ano (2020).

Os partidos sairão sozinhos na disputa para as câmaras municipais de todo o país e, segundo analistas, uma das consequências dessa alteração na legislação é o provável aumento no número de candidatos a prefeito. As candidaturas majoritárias teriam o poder de puxar votos para as postulações proporcionais.

Os vereadores de mandato estão todos se aglomerando nos grandes partidos que apresentam postulantes à prefeitura com maior capilaridade eleitoral. O propósito será reeleger um maior número e proteger com cargos os que não forem reeleitos.

Espero que o eleitor não se espelhe nesses vereadores tão mal avaliados e que realizaram a mais desastrosa legislatura de todos os tempos em Feira de Santana.

Carlos Lima

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