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Unidades do Minha Casa Minha Vida foram entregues por Dilma em Feira de Santana

A presidente Dilma Rousseff inaugurou, nesta sexta-feira (18), 1.116 unidades habitacionais do programa “Minha Casa, Minha Vida”, em Feira de Santana, cidade a 100 quilômetros de Salvador. Esse foi o primeiro compromisso oficial da presidente após a posse de Lula como ministro da Casa Civil. Durante o discurso, no bairro Conceição II, a presidente foi aplaudida, teve faixas de apoio e gritos de “não vai ter golpe”.

“Todas as famílias que hoje recebem a chave da casa própria estão realizando seus sonhos. Essa conquista de hoje que vocês atingem tem que ser valorizada”, disse a presidente, que esteve ao lado do governador da Bahia, Rui Costa, de Jaques Wagner, ex-chefe da Casa Civil e atual chefe de gabinete da presidente, além do prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo.

A presidente Dilma Rousseff, ao entregar as unidades habitacionais, disse que a “politização” da Justiça e do Ministério Público representa uma “volta atrás” na história.

Na última quarta (16), o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, retirou o sigilo de telefonemas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre essas conversas, estão diálogos dele com Dilma e Jaques Wagner (ex-ministro da Casa Civil e novo ministro-Chefe de Gabinete da Presidência). Desde então, a própria presidente tem declarado que o juiz violou a lei e tomará providências.

“O meu governo garantiu autonomia para a Polícia Federal investigar quem fosse necessário. O meu governo respeita o Ministério Público e o Judiciário. Agora, nós consideramos uma volta atrás na roda da história a politização de qualquer um desses órgãos. Nada nem ninguém pode defender uma polícia ou Justiça que seja a favor de alguém por critério político.”, declarou Dilma.

“Não é possível aceitar qualquer grau de politização, em qualquer ação de investigação, no nosso país. É uma volta atrás, um retorno a páginas atrasadas na nossa história”, acrescentou a presidente no evento.

No discurso, que durou cerca de meia hora, Dilma criticou diretamente a divulgação dos áudios por Sérgio Moro. A uma plateia formada por beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, ela declarou: “Grampeia o presidente dos Estados Unidos para ver o que acontece”.

“Grampeia o presidente dos Estados Unidos para ver o que acontece com quem grampear. É por isso que vou tomar todas as providências cabíveis neste caso. Não é só por causa da Presidência da República, que é muito importante, é por outro motivo: se eu não tomar providências, se alguém puder me grampear sem a autorização do Supremo Tribunal Federal, o que vai acontecer com o cidadão comum?”, afirmou, acrescentando que a Justiça não pode ser “politizada”.

A repercussão política dos áudios entre Dilma e Lula foi intensa em Brasília. Parlamentares da oposição na Câmara dos Deputados e no Senado, por exemplo, passaram a pedir a renúncia da petista. Além disso, manifestantes foram às ruas de cidades em 19 estados e no Distrito Federal para pedir a saída da presidente.

Segundo Dilma, o ex-presidente Lula, novo ministro da Casa Civil, é um “grande amigo” que poderá ajudar o governo.

“Quando vocês estão enfrentando alguma dificuldade, vocês não chamam um parente ou um amigo par ajudar? Por isso eu chamei um grande amigo meu e de vocês para me ajudar. Eu chamei o presidente Lula”, afirmou.

Dilma também declarou que os programas sociais serão mantidos e a inflação, reduzida. “Esses programas, como o Minha Casa, Minha Vida, estão mantidos. Mas nós também temos de combater a inflação, porque a inflação prejudica o bolso de vocês e, agora, estamos conseguindo dar os primeiros passos para derrotar a inflação. A inflação neste país vai cair. Ela vai cair”, afirmou.

Juliana Almirante

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