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A RESPOSTA VEIO RÁPIDA: COM CHOQUE DE CONFIANÇA, COMEÇA 2º GOVERNO DILMA

O não do presidente do Bradesco para o Ministério da Fazenda, não afetou o governo conforme sonhava a oposição, a resposta veio rápida com a empolgação que o nome de Joaquim Levy, dado como certo à frente do Ministério da Fazenda, causou no mercado.

 

O ex-secretário do Tesouro personifica o compromisso da presidente Dilma Rousseff com o tripé econômico de inflação controlada, superávit fiscal e ajuste nos gastos públicos, na prática o segundo mandato acabou de começar.

 

Em resposta à antecipação do nome de Levy, acompanhado de Nelson Barbosa no Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini no Banco Central, o mercado reagiu com uma explosão de valorização.

 

A Bolsa de Valores de São Paulo teve na sexta feira (21) a maior alta em três anos, subindo 5%. Foi quebrada uma marca que já perdurava desde 9 de agosto de 2011. A subida chegou a 8,3% no acumulado da semana, com os papéis da Petrobras atingindo as alturas com uma alta de 11,89%.

 

O Banco do Brasil, em novo reflexo da animação dos investidores com o novo momento anunciado para o setor público, dispararam em alta superior a 8%. Na outra ponta da balança, o dólar caiu forte, descendo mais de 2% e recuando para a casa dos R$ 2,50. Além disso, as taxas dos títulos brasileiros no exterior recuaram, num indicador internacional de que as captações tendem a ficarem mais baratas.

 

Essa coleção de primeiros resultados só foi possível porque o mercado entendeu que a presidente Dilma escolheu o caminho mais lógico e suave para relançar a economia no rumo do crescimento com estabilidade. As primeiras impressões de que uma equipe econômica de perfil mais distante dos investidores e empresários poderia ser nomeada se dissiparam.

 

Para o clima de otimismo também contribuíram os indicativos de que o ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria, senador Armando Monteiro, e a ex-presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora Kátia Abreu, já teriam sido chamados para ocupar as pastas do Desenvolvimento e da Agricultura. Além de terem uma ampla interface com a iniciativa privada, ambos fazem crescer a base de sustentação política do governo no Congresso.

 

O presidente do Senado, Renan Calheiros, contribuiu para o clima de otimismo ao anunciar que pretende colocar a voto, na próxima semana, o projeto do governo que retira a obrigatoriedade de realização de superávit primário este ano.

 

À medida e que atende um pleito da administração federal para fechar as contas, o movimento de Renan também foi visto como uma ajuda para a virada de página da atual política econômica para a futura.

 

Ficou mais forte a sensação de que a presidente está acertando também no timming do anúncio da equipe. Ela havia dito que revelaria suas escolhas apenas depois da reunião do G20, exatamente neste final de novembro.

 

Nos últimos dias, ela intensificou suas conversas para definir seus novos homens de confiança. Joaquim Levy foi secretário do Tesouro na gestão do ministro Antonio Palocci, mostrando-se duro o suficiente para resistir a muitos pedidos de abertura dos cofres públicos.

 

O atual diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Vasconcelos de Araújo, é o nome que o mercado mais acredita para ser o novo secretário do Tesouro. Assim como Levy, ele é considerado bastante inflexível quando o assunto é gastar. Sem dúvida uma qualidade apreciada por investidores ávidos por ajustes nas contas públicas.

 

O fortalecimento do atual presidente Tombini, com sua recondução ao cargo, igualmente agradou o mercado, que vê nele esforços bem sucedidos para impedir uma disparada da inflação sem que, ao mesmo tempo, ocorresse uma escalada sem precedentes na taxa Selic.

 

Executivo que foi ganhando a confiança de Dilma aos poucos, sem abrir mão da cultivada autonomia do BC, Tombini é um economista que soube aplicar as políticas anticíclicas tão ao gosto de Dilma.

 

O ex-secretário-executivo da Fazenda Nelson Barbosa é considerado o economista mais próximo à Dilma e, não apenas, um dos quadros públicos que melhor conhecem a complexa máquina federal. Ele sabe onde se gasta bem e onde se gasta errado.

 

No papel de Ministro do Planejamento, terá amplas condições, em princípio, de conciliar as determinações da presidente e dos ministros de outras áreas com as reais condições das finanças públicas num momento de compromisso com o superávit primário.

 

A partir dessa espinha dorsal, Dilma, sem dúvida, começa a montar um governo forte e que tem o que o mercado mais cobra: credibilidade.

 

A aposta na volta da confiança é a primeira que a presidente espera ganhar para inaugurar seu segundo mandato, antecipadamente, com passos seguros na direção esperada pela maioria dos agentes econômicos.   

Fonte: Brasil247/cljornal

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