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Andar na contramão esfola, mas não mata. A lição do velho Brizola…

Leonel Brizola

São onze anos, hoje, da morte de Leonel Brizola.

Não se deve falar em nome dele, não devemos especular sobre a quem estaria apoiando, se concordaria ou não com isso ou aquilo.

Não temos o direito de fazer especulações ou adivinhar quais seriam suas posições políticas no Brasil de hoje.

Não tenham dúvida de que aprendemos muito com o velho Brizola, Ele viveu no olho do furacão, por várias décadas na história política do nosso país.

E uma das coisas mais importantes que aprendemos é que as farsas se desmontam e que aquilo que não tem significado histórico o tempo destrói, rapidamente, embora não tão rápido quanto à política exige.

Aprendemos, sobretudo, a não viver a angústia do ter de fazer tudo antes que a vida se esgote, porque a história é feita de camadas.

E não devemos parar, à espera que o tempo resolva, porque ela também é feita pelo nosso sentido de urgência, porque somos homens de ação, não apenas de pensamento.

Não sinto, nem poderia sentir, falta dele pessoalmente, porque não convivi ao seu lado no dia a dia, mas posso afirmar que faz falta no atual momento político do nosso país.

Hoje vivemos politicamente a incerteza do amanhã, vivemos um país amedrontado, esquartejado pela briga do poder, desmoralizado pela corrupção, pela impunidade e por uma justiça espalhafatosa com juízes querendo serem salvadores da Pátria.

Sentimos falta de um homem que não se intimidava nunca em andar na contramão, se fosse isso que seus pensamentos e seu largo coração pampeiro o mandassem fazer.

Ele era uma versão gaúcha do anjo torto que desceu ao Drumond.

                                                                                                                                     CLJORNAL/FERNANDO BRITO

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