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Chorar a vitória de Crivella ou comemorar a derrota da Globo, eis a questão.

Marcas

A maior questão que emerge deste domingo vem do Rio: chorar a vitória de Crivella ou comemorar a derrota da Globo?

Eis a questão.

Agora surgem algumas mentes que dizem: Se eu votasse no Rio, certamente teria optado por Freixo uma, duas, dez vezes se pudesse. Não formularia nem para mim mesmo a questão que abre este texto.

Mas, passado o calor das eleições, já dá para discutir o caso.

Freixo sai forte das urnas. Virou um nome nacional, e tem amplas chances de se tornar senador em 2018. O tipo de derrota que sofreu é facilmente superável.

Seu futuro na política está garantido. É um revés com atenuantes, portanto.

Ele será importante na construção do PSOL e na reconstrução da esquerda brasileira.

Agora: ver a Globo perder em seu reduto não tem preço.

Ah, mas Crivella ganhou, e com ele a Universal.

Contraponho duas coisas.

Primeiro: nem tudo é perfeito. Dois: nem a Universal e nem muito menos Crivella têm o potencial destrutivo da Globo. Portanto não é tão ruim assim.

Melhor Crivella e a Universal do que a Globo.

Numa inversão demoníaca, o Brasil parece ser hoje uma concessão da Globo.

Ou coloquemos assim: o país parece ser um jornal editado pelos Marinhos.

Consulte cuidadosamente o mapa.

O Brasil conserva suas formas, suas medidas — mas você chega perto e o que enxerga é o Globo, dos editoriais às colunas de Merval, Míriam Leitão e demais.

É o primeiro país no formato de um jornal.

Ou, se você preferir, o primeiro jornal no formato de um país.

Num momento como este, a mensagem de que a Globo pode sim ser batida é preciosa.

Essa foi a primeira, faltam muitas outras.

Fernando Brito com pitaco do cljornal

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