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CONFIRA NA ÍNTEGRA O DEBATE SEGUNDO TURNO BAND ENTRE AÉCIO DILMA

PRIMEIRO BLOCO

Considerações iniciais de Dilma Rousseff:

Boa noite Boechat, boa noite candidato, boa noite. E eu agradeço à Band. Nessa eleição, eu acredito que dois projetos e duas visões de Brasil estarão se apresentando.

Nós fizemos o mais profundo processo de distribuição de renda e inclusão social das últimas décadas. Tiramos 36 milhões de pessoas da pobreza extrema, da miséria, e elevamos 42 milhões de pessoas à classe média. Uma Argentina inteira.

Ao mesmo tempo criamos o maior e um grande mercado de consumo de massa que beneficiou extremamente a economia. Todos ganharam. Mas ganharam mais os que mais precisavam. Eu acredito que nós lançamos as bases para um novo ciclo de desenvolvimento.

Um Brasil moderno, mais inclusivo, mais produtivo e mais competitivo. Nesse novo ciclo haverá uma prioridade para a educação. A educação estará no centro de tudo. Isso significa que, da creche à pós graduação, nós continuaremos dando extrema importância à educação, à saúde, e também à Segurança Pública.

Considero ainda ser muito importante para o Brasil a discussão de dois valores fundamentais, dois valores morais. Um que é igualdade de oportunidades para todos os brasileiros. Igualdade de oportunidades na educação, na saúde, igualdade de oportunidades em todos os serviços públicos.

E um combate sem tréguas à corrupção. Eu venho aqui hoje apresentar as minhas propostas, e pedir o seu voto. Tenho certeza que se você conhecer as minhas propostas, você vai entender que isso é necessário para fazer o Brasil avançar ainda mais.

Considerações iniciais de Aécio Neves:

Meu boa noite a todos os telespectadores em primeiro lugar, boa noite a candidata, a você, Boechat. Na verdade esse momento, esse debate da Band inaugura a fase final de uma campanha onde os brasileiros terão a oportunidade de dizer de uma forma muito clara, o que querem para seu futuro, a continuidade do que está ou uma mudança profunda.

A grande realidade é que o Brasil avançou muito ao longo das últimas décadas, desde a estabilidade da moeda, conquistada no governo do PSDB, com uma ferrenha oposição do PT, mas de lá para cá, do governo do próprio Presidente Lula, avanços sociais importantes vieram, a partir dessa estabilidade, da modernização da nossa economia, da privatização de setores que necessitavam ser privatizados, da Lei de Responsabilidade Fiscal.

A grande verdade é que nos últimos quatro anos o Brasil parou de melhorar. Infelizmente, qualquer que seja o próximo Presidente da República, terá como herança uma inflação saída de controle, uma recessão na economia, uma perda crescente de credibilidade do país, e uma piora de todos os nossos indicadores sociais.

Eu venho aqui hoje, esse debate da Band, representar não um partido político ou uma coligação de partidos, mas um sentimento, um sentimento crescente na sociedade brasileira que quer ver o governo reconciliado com a nossa gente, um governo que olhe para o futuro, um governo que seja generoso, que não caia nessa armadilha da divisão do Brasil entre nós e eles, entre norte e sul.

Eu acredito muito que nós podemos ter um governo que una a eficiência com a decência, que tenha coragem para manter o Brasil numa rota de crescimento resgatando a credibilidade que nós perdemos. Eu me preparei ao longo desses últimos 30 anos não para fazer o governo de um partido político, mas um governo que tire o Brasil da lanterna de crescimento econômico e dos piores indicadores sociais de toda a nossa região, estou aqui para apresentar as nossas propostas.

Dilma Rousseff pergunta:

Candidato Aécio, vocês na oposição votaram contra a CPMF, e com isso a saúde brasileira perdeu R$ 260 bilhões. Quando o governo de Minas foi dirigido pelo senhor, vocês não cumpriram o que manda a Constituição, que é destinar um mínimo para a saúde. Desviaram em torno de R$ 7,6 bilhões, é o que diz o Tribunal de Contas do Estado, da Saúde.

E aí eu pergunto para o senhor, o senhor foi contra o mais médicos, agora a sua proposta para os mais médicos inviabiliza completamente o programa mais médicos.

Eu pergunto para o senhor, o que o senhor acha da minha proposta de criar o programa mais especialidades?

Aécio Neves responde:

Candidata, lamento que a senhora esteja tão desinformada. Na verdade todas as nossas contas, inclusive os investimentos em saúde foram aprovados pelo Tribunal de Contas.

O a senhora se lembrará que antes da implantação da emenda 229, que infelizmente o seu governo demorou muito, cada estado definia com muita clareza quais eram os investimentos na saúde, como fizeram os investimentos do governo do PT.

Governo da senhora chegou num determinado momento a considerar os investimentos no Bolsa Família como investimentos em saúde. Na verdade, candidata, Minas Gerais é reconhecida pelo Ministério da Saúde do seu governo como estado que tem a melhor qualidade de saúde de toda a região Sudeste.

A grande verdade é que o Governo Federal vem diminuindo a sua participação ao longo dos últimos doze anos no financiamento da saúde. Na verdade, quando o governo do PT assumiu, não era ainda a senhora, era o Presidente Lula, 56% do conjunto dos investimentos em saúde pública vinha do Governo Federal.

Doze anos se passaram, hoje são 45%.

Candidata, eu vou lhe dizer algo de forma muito clara. Eu vi uma declaração que a senhora deu outro dia de que esses tucanos veem os bons projetos e querem continuar.

É claro que nós queremos, os bons projetos estão aí para serem continuados. Ninguém é dono de bons projetos. O Bolsa Família vai continuar porque, porque vocês continuaram e unificaram, o que eu quero é saúde, com mais investimentos do Governo Federal.

Essa proposta do Mais Especialidades é a nossa proposta. Agora, eu lamento que a senhora tenha cuidado disso ou se preocupado com isso no momento em que seu governo termina. Não cuidou disso nos últimos doze anos. Na verdade, a impressão que eu tenho, candidata, é que nós temos aqui dois candidatos de oposição. Nós não temos um candidato de continuidade.

Quem vê a sua campanha acha que a senhora não governou o Brasil ao longo dos doze anos. Lamento que não tenha feito ao longo do seu mandato o que se propõe fazer agora.

Dilma Rousseff faz a réplica:

Quem vê agora as suas propostas pensa que O senhor é um candidato da continuação, porque as únicas propostas que apresenta são a continuidade dos meus projetos. Pode entrar no site do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais e lá vai estar claro que governo de Minas foi obrigado a assinar um termo de justamente de gestão e que considerou se que vocês desviaram em torno de 7,6 bilhões de reais da saúde.

Aliás em Minas Gerais, vocês não cumprem os principais programas que existem. O Samu, por exemplo, vocês têm o pior, um dos piores desempenhos, o terceiro pior desempenho. O Samu, que é um sistema de transporte de urgência de pessoas que são feridas nas ruas, vocês só têm em 28% dos municípios, e 45% da população não tem Samu. Como é que eu posso acreditar que o senhor vai fazer o Mais Especialidades?

Aécio Neves faz a tréplica:

Candidata, não sei quem tem lhe dado esses números, não repita aquela oposição tão desqualificada que o PT fez ao nosso governo. A senhora repete os mesmos números, não são verdadeiros. Aliás, não falar a verdade se tornou uma tônica da sua campanha desde o primeiro turno. Nós temos propostas, sim, apresentadas e debatidas com enorme intensidade no Brasil afora. O Ministério da Saúde do seu governo é quem diz que Minas Gerais, governada por mim, tem a melhor qualidade de atendimento de saúde de toda a região Sudeste.

Nós vamos aumentar por exemplo o programa saúde da família, que o seu governo abandonou, um programa extraordinário, criado no governo do presidente Fernando Henrique. Vamos criar, vamos tratar de formar mais médico no Brasil. E em relação ao Mais Médicos o que nós não podemos aceitar é essa discriminação odiosa em relação aos médicos cubanos que recebem cerca de um terço do que recebem os médicos de outros países. Vamos cuidar das Santas Casas, vamos reajustar a tabela do SUS, vamos cuidar com seriedade da saúde.

Aécio Neves pergunta:

Candidata, desde o primeiro turno, a sua campanha tem sido marcada pelos ataques, pelas ofensas, pelas mentiras. Foi assim com Eduardo campos, foi assim com Marina e tem sido assim comigo. Inverdade, nas redes sociais, inverdades nas redes, na sua proposta eleitoral. A senhora diz que vamos acabar com o Bolsa Família. Não vamos acabar com o Bolsa Família.

A senhora diz que vamos privatizar o Bolsa Família. Nós vamos profissionalizar, seja em relação à mortalidade (infantil) (…) Nós estamos apresentando a todo o Brasil para debater o futuro, para apresentar propostas, para tentar dar às pessoas novamente esperança em relação ao que vai acontecer com os seus filhos. A senhora não se arrepende, candidata, de ter feito uma campanha com ataques tão violentos e tão cruéis no primeiro turno contra seus adversários?

Dilma Rousseff responde:

Candidato, eu acho que quem faz ataques cruéis é o senhor, e acho que o senhor distorce todos os fatos e realidades. Vocês fizeram e dizem que foram os pais do Bolsa Família quando fizeram um programa que não é compatível com tamanho do Brasil, não tem escala nem dimensão. Fizeram um chamado bolsa escola que tratava apenas de cinco milhões de pessoas.

O Bolsa Família trata de 50 milhões de pessoas. É completamente diferente.

Nos bancos públicos, não sou eu que estou dizendo. O seu candidato a ministro da Fazenda, ele vai a público e diz o seguinte: ‘Temos de mudar os bancos públicos, e no final não sei o que vai sobrar’.

E coloca um conjunto de mentiras, candidato, sobre os bancos públicos. O BNDES é o terceiro maior banco público do Brasil. O BNDES só está atrás do banco alemão e do chinês. O BNDES empresta para a indústria e para a infraestrutura. Das mil maiores empresas, 753 são empresas em que o BNDES investe.

O Banco do Brasil é o banco que faz toda a política para o setor agrícola, dos R$ 180 bilhões que hoje vão ser emprestados, R$ 180 bilhões, quem faz a maior parte do crédito, tanto para o agronegócio quanto para a agricultura familiar, é o Banco do Brasil. A Caixa (Econômica Federal), a Caixa, candidato, eu fico impressionada. Vocês quererem reduzir o papel da Caixa no setor habitacional, no financiamento habitacional.

Sem a Caixa não tem (o programa) Minha casa, Minha vida. Então é fantástico. Vocês têm dois pesos e duas medidas. Nunca fizeram programas sociais quando puderam, sempre deixaram a desejar. É o caso da saúde em Minas, que vocês devem 7,6 bilhões para a saúde.

Aécio Neves faz a réplica:

Não é verdade, candidata. A senhora falta com a verdade. Ninguém deve nada para a Saúde. Nós temos a melhor saúde da região Sudeste segundo o seu governo. E vou lhe dizer algo, talvez a senhora deve saber, talvez não queira admitir. O maior programa de transferência de renda da nossa história contemporânea não foi o Bolsa Família, fruto do bolsa escola, bolsa alimentação. Foi o Plano Real, estabilidade da moeda, que vocês combaterem com toda força.

A senhora deturpa aqui palavras do ex presidente do banco Armínio Fraga. O que nós vamos dar é transparência aos bancos públicos.

Hoje o tesouro deve a Caixa Econômica Federal R$ 10 bilhões de reais porque a Caixa não está conseguindo, aliás, a Caixa está pagando com seus recursos próprios até o Bolsa Família.

Os subsídios adequados para Minha Casa Minha Vida vão avançar no nosso governo, inclusive na faixa que o seu governo não avançou, na faixa até três salários mínimos. Eu vou dar transparência aos financiamentos, que seu governo não vem dando.    

Fonte: Redação com informações da Band

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