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DECISÃO DO STJ DE PROTEGER ALCKMIN E PSDB É ESCÂNDALO, DIZ PIMENTA

Montagem do Deputado Paulo Lula Pimenta (RS) e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Lula Pimenta (RS), definiu como escandalosa a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que mandou para a Justiça Eleitoral um inquérito contra o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) em que ele é acusado de receber um repasse de R$ 10,3 milhões da Odebrecht para suas campanhas sem registro na contabilidade. Parte do dinheiro foi para as mãos de seu cunhado.

“É inadmissível que, de maneira irregular, essas acusações tenham sido retiradas do âmbito da Lava Jato e tenham sido destinadas para investigação no âmbito da Justiça Eleitoral de São Paulo. É algo gritante do ponto de vista da seletividade. Ao longo dos últimos anos, inúmeras situações semelhantes a essa, envolvendo especialmente lideranças ligadas ao Partido dos Trabalhadores, não tiveram esse tratamento”, denunciou Pimenta.

Desde que renunciou ao cargo de governador, há uma semana, Alckmin perdeu o foro privilegiado. A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo pediu ao STJ “urgência” no envio do inquérito contra o tucano para a primeira instância. A Procuradoria-Geral da República pediu à Corte que o inquérito fosse enviado para a Justiça Eleitoral, uma vez que a interpretação do órgão seria de que tratava-se de crime eleitoral, não de corrupção. Em menos de 24 horas, o STJ atendeu ao pedido e encaminhou o caso, livrando Alckmin da Lava Jato.

“Em nosso ponto de vista, é um escândalo. À medida em que Geraldo Alckmin perde o foro [privilegiado] e que passa a correr o risco de ser investigado pela Lava Jato, há uma mudança de compreensão por parte da Justiça, que agora conclui que as questões que dizem respeito a Alckmin são, nada mais nada menos, questões de natureza eleitoral”, disse ainda Pimenta. “Em nenhuma outra oportunidade, a Justiça aceitou que suspeitas de caixa dois ou de recebimento irregular para campanhas eleitorais fossem de competência da Justiça Eleitoral”, completou.

Leonardo Attuch

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