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Depósitos na poupança superam saques em quase R$ 4 bi

(Foto: ´Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas)

Os depósitos na caderneta de poupança superaram os saques em R$ 3,977 bilhões em março, informou o Banco Central nesta quinta-feira (5).

Esse resultado ocorre após dois meses seguidos em que houve mais retirada que entrada de recursos na poupança – em janeiro e fevereiro, saíram das cadernetas R$ 5,201 bilhões e R$ 708 milhões, respectivamente.

O resultado positivo de R$ 3,97 bilhões foi o maior para meses de março desde 2013, quando R$ 5,960 bilhões ingressaram na aplicação. Além disso, é a primeira vez desde 2014 que os depósitos superam os saques num mês de março.

Primeiro trimestre

No primeiro trimestre deste ano, entretanto, as retiradas de recursos da poupança superaram os depósitos em R$ 1,931 bilhão. Mesmo assim, foi o melhor resultado para este período desde 2014.

Em todo o ano passado, os depósitos superaram os saques em R$ 17,12 bilhões na tradicional modalidade de investimentos.

Com a entrada de recursos na poupança em março, o estoque dos valores depositados, ou seja, o volume total aplicado, registrou aumento no mês passado.

No fim de fevereiro de 2018, o saldo da poupança estava em R$ 724,547 bilhões. Já ao final de março, o estoque total de recursos aplicados na poupança somava R$ 731,408 bilhões.

Além dos depósitos e das retiradas, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são contabilizados no estoque da poupança. Em março deste ano, os rendimentos somaram R$ 2,883 bilhões.

Atratividade da poupança

Com a queda dos juros básicos da economia em 2017 e nos primeiros meses deste ano, a caderneta de poupança passou a render menos.

Pela norma em vigor, há corte no rendimento da poupança sempre que a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano. Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a 70% da Selic, mais a Taxa Referencial, calculada pelo BC.

Hoje a Selic está em 6,50% ao ano. Como a regra prevê que a correção da poupança seja de 70% dessa taxa, ela está hoje em 4,55% ao ano, mais Taxa Referencial.

Mas a queda de rendimento afeta também as aplicações conhecidas como prefixadas, ou seja, que têm por base a Selic.

Mesmo assim, segundo cálculos da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a poupança continuará sendo uma “excelente opção de investimento, principalmente sobre os fundos cujas taxas de administração sejam superiores a 1% ao ano”.

Analistas avaliam que o Tesouro Direto, programa que permite que pessoas físicas comprem títulos públicos pela internet, via banco ou corretora, sem necessidade de aplicar em um fundo de investimentos, também pode ser uma boa opção para os investidores. O programa tem atraído a atenção de aplicadores nos últimos anos.

Alexandro Martello

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