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DIFERENÇAS DIFERENTES

Depois dos lançamentos de bananas à distância em estádios da Europa e do interior de São Paulo, diante da constância do homem fazer “justiça” com as próprias mãos, alimentando a barbárie, ainda que muitos digam que “somos todos macacos”, felizmente somos diferentes.

Diferentes em todos os sentidos, mas não necessariamente antagônicos, o que só é percebido por aqueles que usam o seu cognitivismo para conviver com pessoas.

É sabido que em gênero somos masculino e feminino; fisicamente, somos diferentes por conta da estrutura corporal; mentalmente diferentes pela forma de pensar; na tez somos diferentes e nos sabemos seres étnicos; geograficamente temos os nossos regionalismos próprios de cada pedaço de território; na cultura, somos um pouco mais rico ou não, do que o outro.

Enfim, somos sempre diferentes por natureza e nas diferenças é que deveríamos nos encontrar, o que não acontece na vida real.

Mesmo vivendo o nosso Terceiro Milênio, século XXI. Era da Informação e da Tecnologia avançada e avassaladora ainda temos e aplicamos atitudes primitivas todos os dias contra os nossos diferentes presentes na sociedade dos invisíveis, como negros, índios, idosos, homossexuais, crianças, os que têm síndrome de down entre tantos outros grupos.

Quando nos colocamos violentamente contra aqueles a quem consideramos “diferentes” é porque não olhamos para dentro de nós mesmos já que as diferenças começam nos porões interiores do indivíduo e, não querendo olhar para dentro de nós mesmos, demonstramos o medo de sermos diferentes em nós mesmos e assim somos quando violentos, agredindo o outro como se isso nos lavasse a alma.

Ainda hoje, o ser humano vive em pobreza de espírito e de pensar o outro porquanto não nos pensamos como humanos e, como se fossemos cômodos de uma casa nos separamos de nós mesmos e não voltamos a ser o holístico e não somos o outro por consequência.

Nos transformamos em um amontoado de angústias, de medos, de agressividades, de friezas e não conseguimos alcançar-nos pois os nossos medos das diferenças nos transformaram em indivíduos disformes, um monte de massa e ossos sem sentido, sem cultura, sem fé, sem lealdade ao ser que deveria ser humano em nós, e nos coisificamos no apenas ter, nos tornamos pedras, inertes, sem ânimo, sem alegria, sem amor a nós mesmos e ao outro e ficamos identificados apenas pela dor da doença interior de não conseguirmos nos ver diferentes como somos todos, como prata e ouro, como joio e trigo, como água e vinho…diferentes.

Fonte: Cezar Ubaldo

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