Artur Bobsin Ferreira, nove anos, morreu afogado na tarde desta segunda-feira na Lagoa do Armazém, em Imbé, Litoral Norte. Ele estava com um colega de escola que sobreviveu, João Pedro Fernandes. Por volta das 15h de segunda, os dois haviam entrado em um barco de fibra, se desequilibrado e caído na água.
Segundo versão informada pela Brigada Militar à Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) de Tramandaí, os meninos teriam saído de barco para caçar pokémons. No entanto, o pai de João Pedro, Márcio Fernandes, 33 anos, diz que a versão não faz sentido: Artur não tinha celular, e João Pedro tem um aparelho que não é compatível com o jogo Pokémon Go.
— Eles estavam jogando bola na frente de casa e decidiram entrar no caíco, que não estava preso e se soltou. Eles nunca tinham feito isso antes. O João Pedro pulou na água, tentou achar o Artur e não conseguiu — relatou Fernandes.
A versão inicial teria sido dada pela Brigada Militar a partir do que o menino teria dito a vizinhos do bairro Courhasa.
Às 19 horas, os bombeiros e cinco mergulhadores do Grupo de Busca e Salvamento (GBS) de Porto Alegre haviam encerrado as buscas, para continuá-la na manhã de terça. Às 20h, mergulhadores profissionais, que procuravam o menino voluntariamente, encontraram o corpo e avisaram os bombeiros.
Resgate
Ao todo, oito mergulhadores profissionais trabalharam na busca por Artur. Eles são funcionários da empresa Star Norte, que presta serviços para a Transpetro.
O menino foi encontrado pelos irmãos Tiago Silveira Ferreira, 28 anos, e Éverton Silveira Ferreira, 34. Conforme Tiago, Artur estava a aproximadamente 7m de distância da beira e a 8m de profundidade.
— Já fazia horas que ele estava embaixo d’água, não tinha chance de reanimá-lo — explica Tiago.
O chefe de plantão da DPPA, Josemar Bandeira, informou que o corpo foi encaminhado ao Departamento Médico Legal (DML) de Osório. A partir desta terça-feira, o caso será investigado pela Delegacia de Polícia de Imbé.
O Pokémon Go é um jogo de realidade aumentada feito para smartphones. Por meio dele, os jogadores apontam a câmera do telefone para diversos locais e, na tela, aparecem os “monstrinhos”.
O objetivo é caçar o maior número de bichos, que ficam espalhados por diversos locais de cidades.
Carolina Lewis e Juliano Zarembski
