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Ministro da Justiça prega absoluta independência nas investigações da Lava Jato

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu que as denúncias de que parte do dinheiro de propina, descoberto na Operação Lava Jato, seria destinada a partidos políticos, entre eles o PT, sejam investigadas com “absoluta independência”.

 

O ministro comentou notícias divulgadas pela imprensa nesta quarta-feira (3), segundo as quais o executivo da Toyo Setal, Augusto Mendonça, teria dito em seu depoimento de delação premiada que pagou propina ao ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, por meio de doação de campanha ao PT.

 

Existe uma situação em que delações premiadas estão sendo divulgadas. As delações são feitas e permitem que a investigação, a partir delas, prossiga.

 

Segundo o ministro a investigação será feita com absoluta autonomia, com absoluta independência, e caso os fatos contra quaisquer partidos, não só o meu partido, impliquem em responsabilização das pessoas, elas devem ser punidas.

 

O Partido dos Trabalhadores sempre defendeu que as apurações sejam feitas, que tudo seja colocado em pratos limpos, e se alguém obviamente tiver que ser sancionado que seja.

 

Nesta quarta-feira, a Justiça Federal liberou o conteúdo das delações premiadas de Júlio Camargo e Augusto Mendonça Neto, executivos da empresa Toyo Setal, que detalharam ao Ministério Público Federal (MPF) como funcionava o esquema.

 

E disseram que pagaram R$ 154 milhões em propinas a pessoas apontadas como operadores do PT e do PMDB na Petrobras.

 

O MPF já havia se manifestado favorável à divulgação. Cardozo disse ainda que ao longo do processo diversos partidos foram citados em delações, e que os fatos devem ser apurados, antes de se condenar qualquer pessoa.

 

“Isso não é prova final, mas é ponto importante numa investigação. Repito: caso se comprove que pessoas foram corrompidas, que receberam indevidamente dinheiro público, devem ser punidas exemplarmente. Pouco importa se pertencem ao Partido dos Trabalhadores, se pertencem à oposição. Ao longo deste processo, temos tido pessoas de todas as forças partidárias citadas em delações. Se comprovar que receberam, devem ser punidas. Para o governo, o que importa é a garantia da autonomia da investigação”, disse.   

Fonte: Luciano Nascimento

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