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MP-BA vai apurar declaração de vocalista do Jota Quest contra baianos

A declaração de Rogério Flausino, vocalista da banda Jota Quest, contra baianos durante um show em Salvador no último sábado (31), será investigada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). Na ocasião, o vocalista disse que os baianos poderiam ficar até tarde na “festa”, porque era sábado à noite. Ele brincou ao comentar que baiano “não trabalha” em qualquer dia da semana, não só domingo. O grupo foi vaiado pelo público e Rogério pediu desculpas e se explicou dizendo que é mineiro e sempre escuta piadas com queijo.

 

Nesta quarta-feira (4), o advogado Juno Leite entrou com uma “notícia-crime”, representação contra a frase de Flausino, que foi recebida pela promotora de Justiça Márcia Virgens e encaminhada ao Grupo de Atuação Especial de Combate à Discriminação (Gedis). O Ministério Público protocolou a representação nesta quinta-feira (5). Segundo o autor da ação, que não esteve na apresentação da banda mineira, mas assistiu a vídeos apresentados por familiares, a declaração causa indignação porque o povo baiano, e nordestino, é trabalhador.

 

“Historicamente, são os operários que colocam o país para andar. A nível de sul e sudeste, quando você fala sobre mão-de-obra, o montante é praticamente daqui do nordeste. Para uns, a declaração pode ter soado como simples piada, brincadeira, mas, a partir do momento em que ele proferiu aquilo, já configurou crime, já consumou, não há o que se falar, não cabe aí o que se retratar”, diz, ao afirmar que apesar do caso prever pena de reclusão de um a três anos e multa, o objetivo não é que o artista seja detido.

 

“Não desejo que o Rogério vá preso, seria uma pena de caráter pedagógico, para que as pessoas acordem, abram os olhos e se toquem que esse tipo de ideia está equivocada e atinge a dignidade do baiano. Para quem é baiano e está na luta do dia a dia, isso atinge a dignidade da pessoa. Quando você diz que alguém não trabalha a pessoa não é digna. O objetivo é combater esse tipo de ideia”, pontua, ressaltando que a declaração se agrava por se tratar de uma figura pública, “que, de certa forma, exerce influência nas pessoas”.

 

Após avaliação, o MP pode ou não encaminhar denúncia à Justiça e o juiz dará ou não parecer farovável à abertura de um processo judicial.

 

Fonte: Redação, com informações do G1

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