Polícia Federal considera neto do ex-presidente Figueiredo foragido e vai incluí-lo na lista da Interpol.
Paulo Figueiredo é amigo de Olavo de Carvalho e de Rodrigo Constantino e define a si mesmo como um “liberal conservador”
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho terá seu nome incluído na lista de procurados pela Interpol.
O neto do ex-presidente João Baptista Figueiredo é considerado foragido pela Polícia Federal.
Pois bem, o neto do último general da ditadura tem mandado de prisão preventiva em aberto, mas não foi encontrado pelos investigadores.
Ele é alvo da Operação Circus Máximus, deflagrada na terça (29).
A Circus Máximus investiga um esquema de pagamento de propinas a dirigentes e ex-dirigentes do BRB, banco estatal de Brasília, em troca de investimentos em alguns projetos, entre eles a construção do extinto Trump Hotel, atual LSH Lifestyle.
As medidas judiciais foram requisitadas à Justiça Federal pela força-tarefa Greenfield –grupo da Procuradoria da República no Distrito Federal que investiga corrupção e desvios em fundos de pensão e bancos públicos.
Paulo Renato se associou em 2013 ao presidente americano, Donald Trump, para explorar o hotel de luxo, na Barra da Tijuca.
A Trump Organization — propriedade do mandatário — cedeu sua marca para o empreendimento até 2016, mas se retirou do negócio depois que ele passou a ser investigado.
Para captar recursos para a construção, o neto de Figueiredo e outros sócios montaram um fundo de investimentos.
Segundo as investigações, dirigentes do BRB aportaram recursos nesse fundo em troca de propinas.
Um dos sócios do empreendimento, o empresário Ricardo Rodrigues, fez acordo de delação premiada e deu detalhes do suposto esquema.
Ele disse que Paulo Renato tinha conhecimento geral sobre as ilicitudes.
Afirmou, segundo investigadores, que ele “exerceu a administração do hotel LSH Barra por boa parte do período em que foram pagas notas fiscais falsas necessárias para a geração de dinheiro vivo que seria empregado no pagamento de propinas”.
Além de Paulo Figueiredo, o filho do ator Francisco Cuoco, Diogo Cuoco, também é um dos ‘ilustres’ alvos da Operação Circus Máximus.
A Procuradoria da República no Distrito Federal detalhou o envolvimento de ambos (Paulo e Diogo) com supostas propinas e lavagem de dinheiro envolvendo fraudes em aportes do Banco Regional de Brasília.
A Procuradoria sustenta que uma organização criminosa se instalou no Banco de Brasília (BRB), desde 2014, e vem praticando, junto com empresários e agentes financeiros autônomos, crimes contra o sistema financeiro, corrupção, lavagem de dinheiro e gestão temerária.
Segundo as investigações, o filho de Cuoco gerava nota e o neto de Figueiredo autorizava a propina.
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho é amigo do economista Rodrigo Constantino.
Juntos, eles participaram de um ‘hangout’ com o músico Lobão onde comentaram a corrupção do PT e o processo eleitoral.
Constantino escrevia para o site do Instituto Liberal, que tinha Paulo como um dos dirigentes.
O neto de Figueiredo também é amigo e já frequentou a casa do filósofo Olavo de Carvalho — considerado o guru do presidente Jair Bolsonaro.
Nas redes sociais, Paulo Figueiredo define a si próprio como um “liberal conservador”.
Em 2015, o jornal El País publicou uma reportagem sobre a parceria entre Paulo Figueiredo e Donald Trump. A parceria acabou porque o empreendimento passou a ser investigado.
Esses são os acusadores de Lula e do PT.