A declaração de bens do candidato tucano à prefeitura de São Paulo, que soma R$ 180 milhões, dizendo que isso não representava a realidade.
Hoje o Estadão mostra que é exatamente o que se disse aqui.
Só um dos apartamentos que tem em Miami, que não consta da lista por ter sido comprado em nome de uma de suas empresas, vale US$ 11,2 milhões, ou R$ 35,8 milhões.
Aliás empresa “registrada nos EUA com capital de US$ 15 milhões, o equivalente a R$ 47,5 milhões pela cotação de sexta-feira – ou seja, R$ 10 ,1 milhões a mais do que o valor da empresa declarada por Doria no Brasil”, diz o jornal.
Há outro, mais “baratinho”, de cerca de 250 mil dólares, perto de R$ 800 mil.
E um helicóptero Bell 429, em nome de outra empresa, que ele usa para seu transporte, que tem valor de mercado a partir de US$ 5,8 milhões (sem impostos e frete), o que dá mais R$ 18,56 milhões, se o modelo for o mais “despojado”.
E nós estamos escandalizados com pedalinhos…
Alguns podem argumentar que é dinheiro privado e ninguém tem nada com isso.
É privado, mas parte dele vem dos cofres públicos, direta ou indiretamente. Diretamente, por exemplo, o R$ 1,5 milhão pago pelo governo de São Paulo em publicidade a Dória, em pouco mais de um ano, R$ 500 mil só por conta de uma matéria paga na revista Caviar Lifestyle, segundo a Folha.
E indiretamente, para ver, é só buscar o que empresas e a Fiesp tiveram e têm de contratos com as empresas de Dória.
Gente assim, claro, entra na vida pública por generosidade, filantropia, vontade de ajudar os desvalidos.
Sua fortuna está protegida por uma lei hipócrita, que expõe o patrimônio honesto e assumido das pessoas que não usam estes expedientes, mas protege o de quem as oculta em nome de empresas.
É gente “limpinha”, empresário “sacrificado” pela carga tributária.
Sujo é blogueiro que vive a pão e laranja, como se diz em Alagoas, a maioria, como este, sem ter recebido um tostão do que chamam de “governo do lulopetismo”.
Fernando Brito
