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PT PEDIRÁ NA JUSTIÇA QUE DALLAGNOL REVELE CLIENTES DE SUAS PALESTRAS

Deputados Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS) apresentarão ao Conselho Nacional do Ministério Público um pedido de informações sobre a alegação de contrato de confidencialidade feita pelo procurador da República Deltan Dallagnol

Os deputados federais Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Pimenta (PT-RS) estão redigindo uma representação a ser protocolada ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) com um pedido de informações sobre os valores e a identidade dos clientes para os quais o procurador da República Deltan Dallagnol ministra suas palestra.

“Não existe juiz e promotor alegar cláusula de confidencialidade. Isso não existe no serviço público”, argumentou Pimenta. Dallagnol alegou contrato de confidenciabilidade para não revelar quanto cobra por palestra, divulgou nesta segunda-feira 19 a colunista Mônica Bergamo.

Segundo ela, o procurador pediu a uma empresa de São Paulo que estava oferecendo palestras dele com preço entre R$ 30 mil e R$ 40 mil para retirar as informações do site “imediatamente”. Dallagnol afirmou não possuir contrato com a Motiveação, que dizia tê-lo em seu casting havia um ano, nem com outras agências, acrescentou a jornalista.

Após a polêmica, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato divulgou uma nota em seu Facebook dizendo que está montando um fundo de combate à corrupção com parte do dinheiro recebido. Leia abaixo a íntegra de seu post:

Amigos, diante de críticas maldosas que circulam em grupos de aplicativos e em blogs, achei relevante prestar os seguintes esclarecimentos a vocês:

1 – O combate à corrupção sempre foi objeto de meu interesse profissional e acadêmico. Por isso, escrevi sobre o tema em 2012 e há mais de década trabalho na área.

2 – Estou convicto de que o meu papel não se restringe apenas à esfera judicial, cabendo atuar na área acadêmica e cidadã. Por essa razão, resolvi trabalhar no combate à corrupção não apenas na frente repressiva-institucional, mas também na preventiva-cidadã, por meio de palestras em que posso promover valores de respeito à lei e ao bem comum e exercer minha cidadania em busca de reformas anticorrupção.

3 – A maior parte das palestras é gratuita e nunca autorizei que empresas de agenciamento usassem meu nome para a divulgação de serviço oneroso (quem o fez agiu sem minha autorização e estão sendo adotadas providências para que cessem a indevida divulgação).

4 – Dentro do mesmo espírito, no caso de palestras remuneradas sobre ética e corrupção em grandes eventos, tenho destinado o dinheiro para entidades filantrópicas ou para a promoção da cidadania, da ética e da luta contra a corrupção.

5 – Embora eu pudesse legalmente dar destinação pessoal aos recursos, como muitos profissionais da área pública e privada fazem, optei por doar praticamente tudo para que não haja dúvidas de que a minha motivação é apenas contribuir modestamente, como qualquer cidadão de bem, para um país com menos corrupção e menos impunidade.

6 – Realizei palestras em grandes eventos em 2016 e o valor, nos casos em que houve pagamento, foi INTEGRALMENTE destinado para a construção do hospital oncopediátrico Erasto Gaertner, uma entidade filantrópica que contribuirá com o tratamento de câncer em crianças de vários locais do país.

Em 2017, após descontado o valor de 10% para despesas pessoais e os tributos, os valores estão sendo destinados a um fundo que será empregado em despesas ou custos decorrentes da atuação de servidores públicos em operações de combate à corrupção, tal como a Operação Lava Jato, para o custeio de iniciativas contra a corrupção e a impunidade, ou ainda para iniciativas que objetivam promover, em geral, a cidadania e a ética.

7 – Nunca divulguei isso antes para evitar que tal atitude fosse entendida como ato de promoção pessoal. Contudo, diante de ataques maldosos e mentirosos, reputo conveniente deixar isso claro para evitar qualquer dúvida de que o que me motiva é o senso de dever, como procurador e como cidadão.

Deltan Dallagnol, procurador da República e coordenador da Força Tarefa da Lava Jato em Curitiba

Leonardo Attuch

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