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Quem fiscaliza os fiscais?

Quem não pratica a austeridade em casa tem de ser visto com muitas reservas quando vai julgar a moralidade alheia

Fácil julgar moralidade alheia

A monstruosidade do pagamento “atrasados” de auxílio-moradia no valor de R$ 1 bilhão ao Ministério Público de Minas Gerais.

Hoje, sucessivas matérias, cada uma delas com uma vergonha.

A primeira, a decisão do STF de que o teto constitucional, finalmente, vai valer, mas ficam fora dele os auxílios generosos pagos a título de auxílio-moradia generalizado a juízes e promotores, auxílio-saúde de 10% e outros, como escola das crianças, e lá vai uma montanha de outros, de “natureza indenizatória” e, com isso, fora do teto e até dos impostos.

Logo a seguir, as compras do Tribunal de Justiça do mesmo estado, que gastou, em 2013 e 2014, quase meio milhão dem copos, xícaras e pratos, com o requinte de encomendar, no edital, que seu brasão fosse impresso nos apetrechos com  “tintas importadas específicas para porcelana, vidro e cristal”,  nas cores “verde bandeira, preto, vermelho, azul claro, marrom, cinza, dourado e rosa bebê”.

Isso depois dos lanches de R$ 770 mil para os magistrados.

Por fim, a enésima matéria sobre os vencimentos de servidores do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro – não pense que nos outros nãos é assim – que chegam a R$ 32 mil para um motorista.

Não sou nenhum moralista e não defendo salário miserável para ninguém.

Mas é inacreditável que neste país onde os”fiscais” da moralidade pública que se autoconcedem este tratamento nababesco, sejam vistos como “salvadores da pátria”.

E os servidores e dirigentes, que têm de tomar as iniciativas sem as quais o serviço público para, acovardados e temerosos diante dos seus deveres, sabendo que qualquer “sua excelência”, num minuto, o expõe como desonesto, o que hoje basta para que o servidor seja julgado ladrão por uma opinião pública envenenada ao extremo.

DCM

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