Diário, o meu personagem preferido nos desenhos era o Muttley, o cachorro do Dick Vigarista, que dizia sempre “Medalha, medalha, medalha…”.
Melhor que medalha, só troféu. Não dá para por no pescoço, mas é bem maior e a gente pode por em cima da mesa de trabalho.
A minha turma, não sei porquê, nunca ganhou muita medalha nem troféu. Então, agora que a gente está no poder, a gente está se dando um monte de prêmio.
Ontem, por exemplo, o Fábio Faria deu pra mim, pro Flavinho e pra Michelle, o Marechal Rondon, que foi criado este ano pelo Ministério das Telecomunicações para premiar quem contribui para o avanço das telecomunicações.
Nós três merecemos mesmo. Usamos o celular o tempo todo.
Teve 44 premiados. Eu, Micheque, digo, Michelle, Rachadinho, digo, Flavinho, o Dias Toffoli, do STF, uns parlamentares chapas, a Damares Goiabeira, o Gilson da Sanfona, mais uns caras do governo e cinco ministros do TCU (Tribunal de Contas da União), porque a gente tem sempre que agradar essa turma aí.
No meu discurso, como eu ainda estou tentando fazer as pazes com o STF, falei assim: “que seria do executivo sem o Senado, sem a Câmara?
E também, por que não dizer, em muitos momentos, sem o nosso STF?
Nós somos um só corpo”.
Eu disse isso, mas pensei: “Somos um só corpo, mas o STF é o câncer desse corpo, kkk!”
Também falei:
“Fake News faz parte da nossa vida. Quem nunca contou uma mentirinha para a namorada? Se não contasse, a noite não ia acabar bem.”
Ou seja, se você não mente, não f*%& ninguém.
Então tem que mentir, pô! Aí você f*%& todo mundo.
Bom, Diário, agora chega de escrever.
Vou lustrar o meu troféu.
Parece que o tal do Marechal Rondon era um militar que gostava de índio. Mas tudo bem, o que importa é que o troféu é dourado.
José Roberto Torero