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China responderá duramente se EUA e OTAN tentarem usar ‘plano da Ucrânia’ em Taiwan, diz professor

China avisa aos EUA e a OTAN que parem de exagerar

A China está acompanhando atentamente a situação na Ucrânia, com alguns autores do jornal chinês Global Times criticando os EUA por abusarem se seu status de superpotência e escalarem a crise na Ucrânia. Eles apelidam Washington de “Voldemort da ordem global”, e de “vampiro” que cria “inimigos” e faz suas fortunas a partir dos lucros da guerra.

Pequim de fato tomou uma posição dura contra Washington e a OTAN em relação ao conflito na Ucrânia, diz Thomas W. Pauken II, um comentarista de assuntos da Ásia-Pacífico baseado em Pequim e autor do livro “EUA vs. China: da Guerra Comercial ao Acordo Recíproco”.

A China escolheu uma estratégia de equilíbrio no que diz respeito à crise na Ucrânia desde o início da operação especial de Moscou. Pequim não adotou as restrições antirussas do Ocidente e se absteve em várias ocasiões de votar nas resoluções da Assembleia Geral da ONU contra Moscou.

“Pequim tem pouco a ganhar ao se juntar ao coro internacional condenando Moscou”, escreve Yan Xuetong, professor e reitor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Tsinghua em seu artigo de opinião no jornal Foreign Affairs.

Os chineses estão bem cientes de que, independentemente do que a China diz ou faz em resposta à operação especial russa, “é improvável que Washington suavize sua estratégia de contenção em relação a Pequim”, segundo o professor.

“[Pequim] vê agora como Washington está deliberadamente escalando a guerra [na Ucrânia] a fim de perpetuá-la, enfraquecendo assim a Rússia e a China”, escreve Xuetong.

Se os EUA e a OTAN instrumentalizarem o “plano da Ucrânia” para provocar a China em relação à questão de Taiwan, que Pequim considera uma parte inseparável da China, é provável que a resposta do presidente Xi Jinping seja dura, ressalta Pauken.

“Os chineses acreditam que, se Taipé se juntar à OTAN ou declarar independência, Pequim não terá escolha a não ser invadir e retomar a ilha”, escreve comentarista de assuntos de Ásia-Pacífico.

“Os chineses não vêem uma separação pacífica chegando. Estão dispostos a morrer para retomar Taiwan. Mas os ocidentais parecem confusos e não entendem a mentalidade dos chineses em relação à questão de Taiwan”.

Atualmente, a OTAN parece estar pronta para prosseguir com a expansão, já que a Finlândia e a Suécia estão pensando em aderir ao bloco.

O comentador observa que também existem rumores de que o bloco militar transatlântico poderia admitir um dia a Coreia do Sul. A OTAN e Seul têm desenvolvido um diálogo e cooperação desde 2005.

Sputnik

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